domingo, 3 de abril de 2011

                Viva o João de Souza!

         Do nosso amigo João de Souza, grande contador de causos da praia do Itaguá, eu tenho muitas lembranças e muitos causos. Também tenho muitos causos de seu pai, o “Velho Rita”. Hoje, para todos entendam os causos vindouros narrados pelo João, publico um breve texto escrito em dezembro, por ocasião do terceiro aniversário de morte deste valoroso caiçara.

         Faço questão de lembrar o nosso saudoso João de Souza, filho do Sebastião Rita e da dona Josefa, casado com dona Maria, pai de umas meninas maravilhosas e avô querido por uma modesta netalhada. É uma pena que os seus escritos ainda não estão disponíveis a todos. Eu, que pude conviver bem com ele e todos os seus familiares, nunca me esqueço dos momentos bons que passamos juntos. Não tem como me desapegar desse humilde caiçara tão ligado à vida do Itaguá. Ah! Dona Maria e os descendentes continuam morando ao lado do campo de futebol, na rua Benedito Cunha Bueno.
         Na minha memória estão momentos maravilhosos, de convivência intensa. Ah! Como eu gostaria que os leitores ouvissem uma fita cassete, onde o Júlio e o João foram "correspondentes" do programa Rancho Caiçara nos jogos da Copa do Japão. Impressionante a agilidade, a criatividade deste homem que enfrentou a vida como um longo causo caiçara. Para encerrar, torno a fazer a reprodução da poesia que o Domingos compôs no dia da sua morte, há três anos.

         Arrelá, João de Souza


         O coração levou uns cambotes na vida,
         Peitou grileiro de terra,
         Distribuiu carinho e amor
         E foi se gastando,
         A tal ponto que seu doutor
         Recomendou mais parcimônia
         No uso das emoções.
         Mas, João de Souza,
         Que não é de cerimônia
         Ou de meias medidas
         Como os causos que contou,
         Era todo paladar
         Como o pirão que provou,
         Era todo caiçara
         Como o povo que amou,
         Era todo coração
         - E nem o fôlego acompanhou –
         E por isso veio a falecer
         No dia 07/12/2007
         Bem quando a alvorada despontou.

                                      Um abraço a todos os familiares do nosso saudoso amigo.
                                               Com carinho.
                                               José Ronaldo dos Santos

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