terça-feira, 30 de outubro de 2018

NOSSO ORGULHO

Maria, João, Maria e Estevan (Arquivo JRS)


               - As crianças vêm?
               - Lógico! Agora, cada voto vale muito!

               Assim se deu uma das conversas em casa, se preparando para o 2º turno das eleições presidenciais. Maria Eugênia e Estevan, nossos filhos,  nosso maior compromisso,  vivem em Juiz de Fora, na Universidade Federal. Conforme a nossa vivência, se engajaram nas conversas, se comprometeram nas manifestações em apoio ao candidato que orientou para a democracia. E assim, no último domingo, com eles presentes, chegamos no desafio, no ato final de impedir o retorno da ditadura.

               Na véspera do escrutínio, ainda tive o prazer de pedalar toda a manhã com eles,  de poder visitar algumas pessoas, tentando buscar mais votos. Bom demais!

               A imagem que escolhi foi bem na frente do portão da nossa casa, com Seo João e Dona Maria, os vizinhos da frente. Eles, devido à idade, já não são obrigados a votar. Porém, assim que nos avistaram, pararam para uma prosa e pedir uma “cola com os números dos candidatos”. Viram o Estevan e a Maria Eugênia, ficaram alegres. Prosearam sem pressa, deram risadas, nos alegraram com a demonstração de cidadania. Depois, se foram enfrentado os buracos da rua, em direção à escola onde votam.

               Nós acompanhamos o trajeto dos dois idosos.  Foram se distanciando com bastante dificuldade, mas foram decididos a somarem as suas posições favoráveis ao candidato que, certamente, continuaria as reformas sociais tão urgentes à maioria dos brasileiros. Valeu, Seo João!  Valeu,  Dona Maria! Grande orgulho de ter exemplos assim tão perto de nós! Grande alegria por nossa amizade desde que chegamos no bairro, quando nossos filhos nem tinham nascido!

               Agora, com os resultados finais, claramente um retrocesso político no Brasil,  me apeguei a um poema da Cecília Meireles, com dedicatória a todos os brasileiros e brasileiras que continuarão se empenhando pelo melhor para todos:

               “Não venci todas as vezes que lutei,
               Mas perdi todas as vezes que deixei de lutar”.

sábado, 27 de outubro de 2018

UM BOM DIA


Canto da monazítica (Arquivo JRS)

               Leo Buscaglia, em seu livro Assumindo a sua personalidade, escreveu assim:

               A maioria de nós define um bom dia como aquele em que todas as coisas aconteceram como queríamos. Consideramos a verdadeira vida como uma em que nossos sonhos pessoais se realizaram. Não nos preocupamos se milhares de pessoas vão para a cama, todas as noites, famintas e desesperadas, contanto que elas se mantenham longe de nossos olhos e nos deixem em paz. Não nos importa se as crianças do mundo estão sendo espancadas ou não são instruídas adequadamente. Nossos filhos estão plenamente desenvolvidos, vão indo bem, e não temos responsabilidades pelos outros. É somente quando crianças famintas nos agridem para roubar, ou somos maltratados ou aterrorizados em nosso lar, que compreendemos a vinculação de todas as coisas. Não há lugar para se esconder. Ninguém é culpado. Todos somos inocentes em um curso sempre mutável, pelo qual cada um de nós é responsável. É uma ilusão acreditar que a paz existirá sem todos se moverem juntos com a corrente, em união, alegria, admiração e amor. Um poeta inglês, Francis Thompson, escreveu, certa vez, que ele não podia colher uma flor sem afligir uma estrela.

               Assim, nesta convicção de que sou parte de um todo, que tenho responsabilidade nos sonhos e esperanças de tornar o mundo melhor,  vou remando no mar da vida entre espumas, angariando mais atitudes que nos distanciem do ódio. Sinto pena daqueles que se iludiram com espumas que estão a encobrir toda a beleza do grande mar. Já não avisto suas canoas, mas continuo querendo divisá-las  no meu campo de visão. Grande abraço às pessoas que seguem remando neste mesmo desafio, que me fortalecem na vivência diária deste ideal. Eu me alegro imensamente nesta parceria. Para mim, isto já é uma vivência vitoriosa! Bom dia, minha gente!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

NÃO ALIMENTEM O COISA RUIM

Meu instrumento (Arquivo JRS)


               O meu finado tio Clemente era quem mais nos alertava a respeito daquilo que falávamos e escutávamos:

               Tenham cuidado com o que vocês escutam. Nem tudo convém de ser comentado com outra pessoa. Também não deem atenção às mensagens que não merecem atenção. Nem todas as palavras podem ser ditas porque elas carregam coisas ruins, atraem maldades. É por isso que   determinada doença incurável nós chamamos de doença feia. Não xinguem, nem chamem ninguém de bobo, de louco. É ruim, atrai o mal. Tentem apagar até mesmo de seus pensamentos os sentimentos ruins, que apenas atrai destruição e desamor. Não alimentem o coisa ruim”.

             De vez em quando me vem à mente esses fragmentos de outros tempos, quando eu conheci o tio Clemente. Ele e meu bisavô Armiro moravam no jundu da Fortaleza.  Tio Salvador já estava embarcado no barco do padre. Eu era bem criança. Eles se viravam na roça e na pesca. Debaixo do assoalho da sala vivia uma família de lagartos; pelo terreiro passeavam tranquilamente porque tudo era paz naquele espaço. Me encantava com aquilo! Uma frondosa laranjeira mexerica era a nossa alegria no mês de maio, quando estavam maduras e liberadas para todos que por ali passavam. É, naquele tempo não existia muros: a gente circulava livremente para pedir as bênçãos, dar bom dia, levar alguma coisa em sinal de partilha, oferecer algum adjutório.

               Estou me recordando disso agora porque, diante de tantas atitudes odiosas, de tanta enganação de pessoas simples, consigo me sustentar em alertas do tipo: não assista programas fúteis, que apenas têm o objetivo de idiotizar as pessoas, trazendo maus princípios aos lares; não compartilhe de atitudes racistas, machistas, contra as minorias marginalizadas; não persiga nem mesmo com palavras e pensamentos aquelas pessoas jogadas pelas sarjetas; não dê um mal exemplo sequer aos que estão ao seu redor, sobretudo se for criança; leia artigos de qualidade, que querem construir a verdadeira cidadania; não seja vulgar atestando que podemos regredir sim à animalidade, menosprezando a nossa capacidade cerebral. Acho que todos estes princípios estão contidos naqueles conselhos que escutávamos na cozinha do tio Clemente, no tempo da meninice, quando nem imaginávamos o que era poluição nos nossos rios e em nossas praias. Nem sonhávamos que testemunharíamos essa miséria cultural que arrasta a nossa gente, proferindo discursos de ódio e de destruição.

domingo, 21 de outubro de 2018

A TAL DEMOCRACIA

Uma camiseta (Arquivo JRS)


                Quando eu era adolescente, na praia do Perequê-mirim,  no começo da década de 1970, trabalhando no Bar Orly, do Severino Cândido Bezerra,  tive a oportunidade de conhecer muita gente boa: veranistas, mineiros, nordestinos, etc.  Mas - lógico!  -, os meus preferidos eram os caiçaras, principalmente os que moravam no bairro. Gostava de ouvir histórias, de saber causos além daqueles que ouvia em família. Um dos meus contadores favoritos era o Seo Bermiro Barreto, pai do Altino, do Fernandes e outros. Ele morava ali perto e bem cedo passava pelo bar, deixava um vasilhame de vinho São Roque e seguia para a praia. “Vou ver o mar; logo passo para pegar outro litro”.  Era esse o costume: olhar o mar, ver a pescaria nos tresmalhos, avaliar o tempo, se valia a pena sair para pescar ou não.

               Naquele tempo, depois que um grupo diferente ficou hospedado na “casa do doutor John”, o Seo Bermiro me falou, pela primeira vez sobre democracia: “Agora, meu filho, desde que os militares assumiram o poder, a tal de democracia, esta palavra,  é uma coisa proibida. É causo de polícia! Não tem nada disso de se reunir, de discutir coisas do nosso interesse. Na prefeitura até o Barbosa e o Verano foram detidos, tiveram que se explicar a respeito de umas reuniões que fizeram. Explicou o Toninho, empregado do doutor Delfim, que democracia é essa atitude de discutir as coisas, antes de votar e de escolher conforme a maioria. Acho que isso tá certo, mas os que comandam de cima não pensam assim, não aceitam isso. Tenho comigo que democracia, onde todo mundo pode dar palpite, é coisa complicada. Já faz um tempo, de acordo como Idílio, na Câmara Municipal, entraram em discussão o Fiovo, a Maria Balio e o Mário Cembranelli a respeito de um ginásio de esportes para a cidade. Quem deu a solução foi o Ney Valin, dizendo que era favorável desde que não se descuidassem dos campos e das áreas verdes tão necessárias nos loteamentos que estão surgindo. Eu também penso assim. Se estivesse presente, acrescentaria que também não se deve descuidar do jundu, lugar dos ranchos de canoas, onde a gente se reúne para rir e conversar coisas sérias. É esse jeito de conduzir as coisas que recebe o nome de democracia. Agora, esse grupo que ficou na casa do doutor, ali na praia, me pareceu que não é aceito porque pensa diferente dos militares. Ora, isso não é democracia! Quem não deve não teme; quem quer ajudar deve ser bem-vindo, não é mesmo? Acho que o doutor, professor de universidade, deve se cuidar. Militar não é brincadeira!”.

               Assim aprendi, com caiçaras tão humildes como o Seo Bermiro, sobre atitudes básicas. E, depois de “um dedinho de prosa”, ele pegava e pagava o litro de vinho para mais um dia. Dias atrás contei isso para um bisneto dele. A reação: “Ele não era crente ainda?”. Era sim, da Congregação. Naquele tempo, era na casa dele que acontecia o culto da cada semana, sob o comando do pastor Cláudio, da Enseada. Mas o que tem isso de gostar de um vinho, de beber tranquilamente em família?
               Viva a democracia!

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

CALADINHO, O VENDEDOR DE SORVETES



           
A  minha flor já está eleita (Arquivo JRS)
            Caladinho não tinha este nome. Passou a ser chamado assim depois de ter batido a cabeça durante um plantão noturno num hospital, enquanto carregava uma carga de roupas para lavagem e desinfecção. Só foi encontrado quando o dia amanheceu, estava desmaiado entre panos contaminados além do máximo que ousamos imaginar. Depois disso, após um longo período em recuperação, foi despedido do serviço. Também a mulher o despediu. A solução foi voltar para a casa da mãe. Dois filhos o seguiram. E agora? Nenhuma empresa, até o presente momento, deu a mínima atenção ao seu currículo. Por isso, Caladinho vende sorvetes pelas ruas, na avenida da praia. Vai vivendo, vai tocando a vida miserável. Está magro de fazer dó. É um coitado sempre espreitado pelos oportunistas que o enganam regularmente.

            Há pouco tempo passei a conversar mais com Caladinho. Parece que agora está se encantando com uma moça bem humilde. Os dois deram um jeito de se encontrar sempre: ir à escola e na igreja. Boa estratégia, né? Quanto à escola, acho uma boa mesmo. Ela faz o papel de inclusão nesse caso.  Em relação à igreja, tenho minhas dúvidas, principalmente agora que ele me disse que a orientação do pastor é que todos votem no candidato que faz apologia à violência contra as minorias. No culto ele falou assim, segundo Caladinho: “Quem vota no candidato indicado por mim levanta a mão. Aleluia, Glória a Deus”. Eu já esperava isso, pois li que o líder máximo da sua religião, fundador de filiais da sua igreja em tantos países, empresário forte no ramo da fé, pediu isso aos seus contribuintes. O coitado ficou sem jeito de me contar que votou na chapa distribuída aos fiéis. “É irmão da igreja. Ele é cristão, a favor da família, sem esse negócio de banheiro para homem e mulher que não é uma coisa nem outra. O pastor falou que é alguém novo, diferente”.          Ôôôô, coitado! Político de carreira com quase trinta anos sem um projeto de destaque, só vivendo assim, é novidade capaz de dar esperança aos pobres?
          Então, eu fui conversando com muito jeito com cidadão, expliquei o que é racismo e homofobia,  coloquei-o a pensar sobre o perigo de mais armas facilitadas à população, pedi que dissesse a sua posição a respeito das mulheres, dos direitos indígenas e dos portadores de deficiências. Por fim, fiz a pergunta:
            Você se identifica com tudo isso que esse candidato defende? A resposta dele foi: “Não! Deus me livre, Zé! Eu só quero estudar, ser feliz com essa outra mulher e ter saúde!”.

            Pois é! Acho que nem tudo está contaminado na decência do Caladinho. No fundo, ele e tantas outras pessoas não escondem em si um racista, um homofóbico, um ser violento. O que tenho notado é a existência de pessoas inescrupulosas se aproveitando deste quadro cultural brasileiro, onde os analfabetos funcionais e os analfabetos somam quase a metade da população.

            É isso, Caladinho! E saiu empurrando o seu carrinho de sorvete. Ainda pude ouvi-lo gritando ardentemente: “Não entre nessa gelada! Gelado só o sorvete!”.

Em tempo: a favor da barbárie do candidato da extrema esquerda, contra os mais desfavorecidos, estão o Zólhudo da Praia, o Bonecão, o Pirangueiro, o Barrigudo da Prancha, o Negão da Cachoeira, o Marisqueiro, a Advogadinha e outros tantos que era de se esperar e de não se esperar. “Ah! Quantos cristãos!”.  Estão avisados: já estão deletados de qualquer confraternização comigo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A RESPEITO DA CONVERSA DESTA NOITE

Mais uma vítima (Arquivo JRS)

            Uma lembrança, dentre as tantas outras da minha infância, era a discreta militância política de papai. (O finado tio Tonico dizia que ele tinha tentado a vereança quando mais jovem). Numa ocasião até fui com ele e o Idílio Barreto numa reunião com moradores na praia da Tabatinga. Nós morávamos na praia do Perequê-mirim. Era o ano de 1974. Mais de vinte pessoas nos aguardavam num terreiro perto da praia. Um lampião salvava da total escuridão. Os caiçaras (Catarino, Daíco, Ditão, Barrasseca, Aristeu Quintino e outros) desafiavam a ditadura praticando tal ato, reivindicando melhorias para o bairro, discutindo política. Imagine você: até num rincão tão distante dos centros do poder havia medo. No final, o saudoso Catarino nos despediu dizendo: “Não comentem com ninguém que não seja da nossa gente a respeito da conversa desta noite”. Era tempo de ditadura, quando prisões e torturas era procedimento comum do Estado brasileiro. Tabatinga, a casa branca dos tupinambás. 

            Agora, depois de nem tanto tempo assim, vejo os defensores das mesmas ideias que nos afligiam. O pior: muitos são caiçaras! Tristeza! Quanta tristeza! O motivo é constatar que amigos e até mesmo familiares estão sendo cúmplices de algo ruim. Não tem como desculpar quem apoia uma pessoa que defende o uso de armas como melhor solução para os rumos deste país chamado Brasil. Não há justificativa para discursos contra as diversas minorias que fazem do Brasil uma nação singular. Os tristes fatos (até mesmo mortes pelo país afora) comprovam que os apoiadores do candidato da extrema direita são seus cúmplices. Por isso estão matando, violentando em diversas ocasiões. Cenário igual vivia a Alemanha quando elegeu Hitler como governante. O que decorreu disso (campos de extermínio, perseguições, crueldades de todos os tipos etc.) só os estúpidos se negam a aceitar como verdade. O povo alemão, na sua ignorância arquitetada, foi corresponsável das tristes páginas da nossa humanidade. Agora, pelo que percebo, uma parte do povo brasileiro vai pelo mesmo caminho. Parentes meus, cristãos de carteirinha, exaltam os fluídos da ditadura proclamados a todo momento em imagens e documentos. Dão glória a Deus pela oportunidade. Preferem sacramentar a ditadura em vez da democracia, a violência em vez dos estudos.

            A minha filha escreveu: “Estou com medo por meus amigos, por minha família e por tantas pessoas queridas. Estou com muito medo”. Maria e Estevan: beija-flores que pusemos no mundo. Eu e minha esposa sofremos.


            Raiva, indignação, medo... Caso o pesadelo se efetive, esses parentes e amigos deverão abraçar o esterco sacramentado e nem olhar para o meu lado e para os meus que embalam o sonho de um mundo mais justo. Um ditador você não remove do poder com juiz, nem mesmo que este seja instruído no estrangeiro. Pior se espera de seus apoiadores fanáticos. Eu, minha esposa, minha filha e meu filho não aceitaremos  cúmplices de personalidade destiladora de ódio. Não pode fazer parte do nosso afeto quem abraça a banalidade do mal com a maior naturalidade. 

          

domingo, 7 de outubro de 2018

COITADO UMA OVA!

Bichos-frieira atravessando uma pista asfaltada (Arquivo JRS)




               Bem cedo abro o portão para ver o movimento da minha rua. Hoje é dia de eleição; como sempre a via pública está cheia de “santinhos” de candidatos, endereçados a escorrerem para o rio assim que começar a chover, mas a maioria virará uma pasta no chão conforme vai se dando o passa-passa no piso molhado. Ah! Sempre vai ter os que serão recolhidos e levados como “cola” para orientarem votos. Que democracia!

               Nem bem acabo de pensar, vejo um sujeito que regula a minha idade. É funcionário municipal, caiçara, que varre ruas na cidade. Pobre de lascar!  Ele se dirige ao ponto de ônibus. Seu local de votação é no centro, na zona onde trabalha. De repente para, se agacha e pega um dos papéis e diz: “É neste mesmo que eu vou voltar. É do lado do Bolsonaro, é pra foder tudo mesmo!”. Coitado! Que miséria cultural acreditar que só o poder das armas pode melhorar a sociedade brasileira! “Vai, mardito!”.

               Coitado uma ova! No fim da tarde, ele vai passar novamente, de braços dados com a esposa, para ir à igreja: é cristão. Que “cristão”! Uma pessoa que pega um papel no chão e torce pelo pior: quer  prova maior que determinadas igrejas estão alienando cada vez mais? Ao menos ele expressou que o  candidato escolhido por ele é capaz de ferrar de vez com o país. Exerceu o livre- arbítrio. Escolha digna de cristão? Coincidentemente, quantas versões de orientações cristãs dão atenção ao texto que atribui ao Cristo ser o primeiro comunista da História, querendo que os ricos repartissem com os pobres para merecerem o Reino do Céu? Será que é tudo mentira aquelas orientações para que os mais marginalizados fossem os mais respeitados, porque dos menores é a maior recompensa divina? E os pecadores perdoados? Como detesto esses “cristãos” que atiram a primeira pedra contra negros, índios, homossexuais etc.! Pobres sujeitos que só podem ser comparados à frieira, capazes de se comprazerem com perspectivas desesperadoras! É, são bichos-frieira que nem sonham com cidadania! Na melhor das hipóteses, conforme disse um dia um jornalista: "São cidadãos de papel".