quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mané Hilário (Parte 8)

Sobre as festas tradicionais
         As festas de Ubatuba naquele tempo... O carnavá era uma beleza. Eu dancei carnavá desde a idade de dez anos. O carnavá era uma coisa de influênça, sabe? Não comparando uma coisa com outra, é como se fosse uma festa religiosa. Todo mundo respeitava, todo mundo brincava, não havia encrenca, briga, nada. Todo mundo respeitava. Entravam numa casa, tomavam um café, comiam uma canjica... Enfim, tudo o que podia apresentá pro pessoá.  Dali saíam e iam em outra casa. Mas a brincadeira, o carnavá, tudo era na rua. E depois entrava dentro da casa, né?
         No tempo do Antonio Mazzeo, do Gabriel Costa, do compadre Marciano Costa...já tinha a dança do boizinho. Lembro bem do...esqueci dele agora...do Mato Dentro: do Guilherme Vieira, do Guilherme Poca, do Coutinho. O Guilherme Poca é quem dançava embaixo, lá no boizinho. Então, foram dançar num lugar do finado meu primo, do Filhinho. Dançaro, dançaro, depois, né? O Guilherme Pereira estava meio sapecado. Chegou e falou: “Levanta, compadre Poca”. Ah! O povo deu risada! E dali saíram, pegaram a dançá na rua de novo. Mas era muito influído. Tinha o João Paulino, a Maria Angu. Era doze metros de fazenda pra roupa de cada um dos boneco.
         A dança da fita era outra parte, não era carnavalesca. Depois que pegô a saí. A dança da fita era mais da festa caseira, de casa, né? Não me alembro de quem trouxe a dança da fita. Arcancei daqui do Itaguá, que pegaro depois aqui, na cidade. Bom, na Enseada, na casa do João Vitório eu vi a dança da fita. Na casa do João Vitório, numa festa de São João, eu assisti a dança da fita. Lá eu vi a dança do boi, na casa dele.
         A festa do Divino era uma coisa muito respeitada. Ali na Praça da Igreja, ali, aquilo era toda cercada de barraca pra leilão.

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