segunda-feira, 6 de setembro de 2021

ESBANJANDO ALEGRIA ADIANTE

 

Um urubu e seis carcarás  (Arquivo JRS) 

         No meu quintal e pelas minhas andanças, eu vejo e escuto muitos passarinhos. Desde criança nós convivemos nesse mundo de tantas cores e de tantos sons das aves. Muitos nomes eu aprendi com os meus pais e os mais antigos; alguns deles eu já me esqueci porque não os vejo e nem os escuto nas proximidades, mas... certamente estão pelas grimpas dos morros, evitando a nossa civilização que, além de barulhenta, parece não se importar mais em escutar a natureza. Hoje, no poema do mano Mingo, recordamos um velho tarumã, também chamado de taquiuva, onde o tempo todo era festa dos passarinhos, sobretudo quando as suas sementes se avermelhavam e serviam de alimento aos seres alados que enfeitam nossas vidas. Há muito tempo, uma dessas árvores, que ficava no caminho do rio, onde se servia a vovó Eugênia e mais gente,  foi derrubada para, em seu lugar, ser construída uma mansão. Desconfio de uma coisa: tem ano que ela nem é visitada, permanece fechada. Porém, em nossa memória, ali tinha um tarumã que nos encantava e se enchia de passarinhos.


TARUMÃ


Neste dia de sol

Registro numa folha

Do meu caderno de bobagens

As ilustres visitas

Que chegam ao velho tarumã

Defronte à minha janela

Corruíra

Tié

Sanhaço

Periquito

Saíra

Rolinha

Sabiá

Mariquita

Bem-te-vi

Andorinha que faz desfeita

Efetuou um voo rasante

E nem te ligo

Foi esbanjar alegria adiante.


       

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