quarta-feira, 1 de maio de 2013

TEM CAIÇARA NA LINHA!


Rio entre as marinas construídas na praia (Saco da Ribeira)

Eis o tempo em que o pescador precisava de um rancho no jundu!



            O meu primo Claudio, um caiçara do jundu da Praia da Fortaleza, criado na Praia do Saco da Ribeira, mas que está na capital carioca desde 1981, após ter lido o texto anterior (Terra, pó e miséria), deu a sua contribuição, via e-mail, a respeito da exploração dos mais pobres.
            A Praia do Saco da Ribeira , conforme eu já descrevi noutra ocasião, era um paraíso de siris e tainhas. Ali nasceu a marcenaria naval com a colônia japonesa. Também dali temos a referência de Armazém São João, cujo dono –João Glorioso – era um empreendedor da pesca. O Claudio poderia escrever um livro em relação às injustiças que estão na base do complexo turístico marítimo que cobriu aquela praia, onde jogávamos futebol nos finais de semana (quando a maré permitia).

Infelizmente essa não é só a realidade do caiçara, mas da maioria dos brasileiros desassistidos principalmente do básico (sério), educação, saúde, segurança, cultura. Junte-se a isto a falta de uma liderança responsável na comunidade, a avalanche descomunal da cultura enlatada na mídia em geral, a lavagem cerebral levando ao consumismo desenfreado, e vamos ter muitos mais exemplos, como o do Sr. Guilherme, pescador, que não pode construir um rancho na Praia do Saco da Ribeira para abrigar sua canoa, pois a Marinha não permitia, chegando a derrubar o rancho, mas para surpresa de muitos, não demorou para que toda a orla do Saco da Ribeira se transformasse em um gigantesco Iate Clube de ponta a ponta da praia. Então, Zé, nós vivemos e vamos continuar vivendo na era do Tubarão engolindo a Sardinha; como sempre a lei do mais forte prevalece, mesmo que moralmente eles sejam uns fracotes. Grande abraço!!!! 

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