terça-feira, 5 de março de 2013

SUPER PÁSSAROS

Dizem que Zé do Cravo, na década de 1960, foi  trabalhar  na igreja de  Aparecida e nunca mais voltou. 



De vez em quando dá uma saudade das prosas da amiga Fátima. (Faço questão de dizer que ela e o Júlio têm o mesmo tempo de amizade, desde o tempo do ginásio Deolindo). Não tem como negar que a prendada escritora herdou o tino do pai (João de Souza). É por estas e outras pessoas queridas que eu me animo a deixar os meus registros neste blog. Vamos em frente!
Dizem que quando Zé do Cravo nasceu ele não chorou, resmungou.
Zé do Cravo vivia reclamando dos pássaros que destruíam a sua roça. Nada para ele prestava. Como todos daquela época, vivia da pesca e da plantação. Cultivava milho, mandioca e, principalmente, banana que vendia para os barcos de cabotagem de Santos.
Um dia ao chegar no bananal ficou desesperado. Os sanhaços estavam detonando com os cachos de banana que principiavam a amadurecer. Procurou o compadre para se orientar melhor. O compadre na esperança de ajudar, aconselhou a passar visgo de jaca nos cachos. Assim os pássaros ficariam grudados ou repelidos e quem sabe ainda serviriam para uma boa panelada.
Passou algum tempo e Zé do Cravo voltou a se lamentar para o compadre. Preocupado, o compadre perguntou ao triste homem se havia feito o que havia recomendado.
Desiludido, Zé do Cravo respondeu que sim, que havia passado visgo de jaca em todos os cachos de banana, mas que aparecera um bando de jacus tão grandes que arrancou com as bananeiras. Ao passarem voando por cima da casa dele, quando os cachos se desgrudavam dos pés de bananeira foi um verdadeiro bombardeio deixando furos enormes no telhado.

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