segunda-feira, 18 de junho de 2012

RÍTMO E PRECONCEITOS (II)




                “Pobre diabo daquele que repete os slogans daqueles que o dominam”. Esta era uma das frases prediletas do Paulo Verzoline, saudoso colega de ginásio (década de 1970, no “Capitão Deolindo”). Hoje penso muito mais nela, sobretudo quando eu escuto a rapaziada definir caiçara como “vagabundo, que quer só beber e ficar pelas praias”. É aquilo que eu repito sempre: fizeram com que os miseráveis acreditassem no “ritmo maravilhoso” que é de sistema produtivo, de viver tentando acumular bens e ter dinheiro na poupança.

                Não seria inveja de um estilo mais desapegado? Também não pode ser uma estratégia para justificar a tomada do espaço, bem como o extermínio dos moradores originais, juntamente com o espaço entre a serra e o mar?

                “Fica complicado analisar todas as possibilidades que levam as pessoas a terem ‘cabeça gorda’, a serem repetidoras de absurdos e incoerências”, diria o meu amigo Luís Antonio, o “Gibi”.  O desafio é criar os espaços de reflexão, deixar que se estabeleçam as conexões de um novo padrão cultural que zele pelo espaço decorrente de milhões de anos, que atraiu tanta gente para compor o espaço caiçara.

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