sábado, 23 de junho de 2012

PROSEANDO COM ARISTEU (III)


"O mar era o sustento do caiçara" (Domingos - Sete Fontes)
                Nesta última parte do relato do antigo caiçara, morador da praia da Lagoa, que terminou os seus dias em Caraguatatuba, estamos na Caçandoquinha. Ou melhor, puxando pelas suas memórias, ele recordou dos moradores caiçaras da primeira metade do século XX que moravam no trecho entre as Galhetas e a praia do Pulso. Então, continuemos:

                “No alto, quase perto do Sebastião Gabriel, era a casa do Juvêncio e da Jacinta. Na praia morava o Olívio, casado com Isabel. Eram os pais do Miguel da Mata, o último morador do jundu da Caçandoquinha. Um pouco mais para frente, na virada para a Caçandoca, era o lugar da Pureza de Jesus, mulher do Manoel Jorge.
                Na praia da Caçandoca morava bastante gente. No sertão também, mas deles eu não me lembro. Só sei dizer que, a partir das ruínas da antiga fazenda dos Antunes de Sá, tinha ainda muitos moradores. Então, vamos lá! No canto da barra, onde chegava o caminho do sertão, era a casa do Félix Crispim dos Santos. Depois deles estavam o João Giraud, a Bertolina, a Maria Galdino, o Silvário, a Verônica e o Argemiro. Mais para dentro moravam o Ezídio Antunes de Sá e o Abel Mesquita.

                Na praia do Pulso, que é um lugar pequeno, moravam: José Cesário do Prado, Fabiano Lopes e Toninho do Pulso. Desse pessoal eu me lembro. Se tinha mais gente eu não sei agora. Só sei dizer que era tudo gente pobre, parentes e amigos da gente. Era como se fosse uma grande família que dependesse da roça e do mar”.

                Agora, depois de tanto tempo, ofereço estas memórias aos filhos e netos dos finados Aristeu e Odócia, seus descendentes que moram em Caraguatatuba. Um abraço nessa gente bonita. Em tempo: gostaria de receber fotografias antigas desse pessoal. Desde já agradeço.

Um comentário:

  1. Olá Zé, estou aqui com com a minha filha Andressa, tentando fazer um blog, quando li seu post, vou pedir pra ela scanear as fotos e te mando. Estou muito feliz pela dedicatória. "Era como se fosse uma grande família que dependesse da roça e do mar"...Éramos felizes e não sabíamos...

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