sábado, 9 de junho de 2012

É PARTE DA PROSA



                Na casa do Constantino de Araújo, num dia de muito calor, eu parei para um gole de água e puxei uma prosa. Aproveitei do Aristeu para ir visitar os lugares e conhecer a praia do Simão (também chamada de Brava do Frade). Na porta da sala da humilde casa de pau-a-pique e sapê, sentados nas pedras que serviam como calçada, nós ficamos um longo tempo conversando com o dono. Era sábado. Ninguém iria pescar porque estavam esperando o padre.
                A missa seria celebrada na casa do Luís Januário, no mesmo cômodo que servia como sala de aula. Logo chegou frei Alberto, um italiano ruivo (ou louro?), duramente castigado pelo sol na longa caminhada que empreendeu desde a Maranduba. O Chico Romão o acompanhava: carregava uma mochila com os paramentos canônicos. Eu e Aristeu resolvemos ficar e só retomar o caminho de volta após a missa. Assim fizemos. Depois, conversando com o frei, conseguimos convencê-lo a ir conosco para a Ponta Aguda. Eu assumi o cargo do Chico Romão que voltou sozinho para a sua gente.
                Chegamos à casa do Aristeu quando os curiabôs começavam a piar. Depois de um banho na cachoeira, estávamos à mesa saboreando a gostosa refeição preparada pela Odócia. As lamparinas nos iluminavam. Após o jantar e um pouco mais de conversa, fomos dormir. Éramos só cansaço depois de um dia de caminhada! Os donos da casa transbordavam de felicidade por hospedarem o bondoso frei Alberto. Este, no dia seguinte, celebraria uma missa na casa da ASEL; depois seguiria o rumo da Tabatinga em companhia do Zeca da Paulina. Lá se vão quase quarenta anos!
                Ah! Junto conosco, na caminhada até a praia do Simão, foi uma cachorra amarela. No outro dia cedo deu para ver que a sua pelagem era só carrapicho. Coitada. Sobrou para o Edinho limpá-la.

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