quinta-feira, 31 de maio de 2012

AS CORUJAS



Praia de Massaguaçu, território de muitas corujas.

             Há alguns dias, no serão, devido a uma trombada de carro contra um poste, o meu bairro ficou um bom tempo sem luz. A solução: acender velas para se movimentar pela casa. Foi quando eu voltei no tempo; na escuridão, fiquei pensando em tantos momentos assim que fizeram parte da minha infância, quando não havia ainda energia elétrica nos nossos rincões.
             Nas noites sem luz artificial a gente vê melhor o brilho da lua e das estrelas, imagina tudo o que a escuridão pode conter, cria o inexistente e escuta todos os seres da noite, sobretudo a coruja.
             Existe uma variação enorme de espécies de corujas. Todas piam e impresionam demais, sobretudo quando somos crianças. Uma delas parece criança nova chorando. Essa era a assustadora; nos convencia que deveríamos permanecer dentro de casa. Hoje, lendo a poesia do Domingos, pensei em todos aqueles que, aproveitando a enigmática coruja, tantas histórias contaram nas noites de minha vida.


            No continente da noite
            O guarda-noturno
            que é a coruja,
            faz a ronda dos campos
            e basta seus pios,
            com reputação de aziagos,
            para devolver o silêncio
            ao mundo dos notívagos.

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