sábado, 5 de maio de 2012

NOSSOS ANIMAIS

Wagner, Arlete e Anita  (e os animais!) - Sapê 1982

                Não consigo me lembrar de nenhuma casa, da minha infância, que não tivesse animal de estimação. Alguns caiçaras criavam passarinhos, outros tinham gatos e cachorros. Animal bem diferente era o Arcidão, o pinguim da prima Neide.
                A tia Maria da Barra criava um porco como se criasse um gato. O tal de Banhinha andava faceiro por todo lugar. Quando se cansava, deitava num cantinho da sala e roncava “feito um porco”. Também um porco era a companhia de papai e seus irmãos: o Rabicho ia para todo lado acompanhando as crianças, inclusive nadava no mar e mergulhava no rio. Participava das brincadeiras batendo o rabinho de contentamento. A criançada chorou quando o espírito natalino não teve compaixão do rechonchudo.
                O tio Tonico tinha o cachorro Dick, um devotado guardador. Ele não se arredava do lugar onde o titio tivesse largado algum pertence. Só o dono conseguia resgatar aquilo que foi deixado.
                Bicho arteiro era o macaco Bié do Pedro ”Caipira”. Depois de muitos anos, deu de ficar raivoso e morder as pessoas. Depois disso ganhou a liberdade no Morro da Anta.
                Estranho era o bicho doméstico do Alcides Lopes: uma caninana imensa. Para quem não conhece, essa cobra é mansa, sem veneno; adora ficar enroscada nos caibros do telhado. Esse meu parente dizia que a Lindeza o protegia contra todos os outros bichos, inclusive das aranhas e marimbondos.
                Agora, o que eu mais gostava era dos ratos brancos da tia Marli. O chão de terra da sua cozinha era cheio de buracos, onde moravam muitos ratos. As crianças, além dos cachorros do quintal, brincavam até não poderem mais com os ratinhos. Até tinham nomes, mas eram muitos. Azar foi, depois de muitos ratos lindinhos, um guloso angorá por nome de Zóiudo ter cativado a amizade das crianças, da tia Marli e do tio Aristides. Fez a festa!

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