domingo, 29 de janeiro de 2012

Resistência caiçara hoje (I)

Tio Dico na margem do rio Puruba- 2005

         (Artigo publicado em dezembro de 2011, na Revista do Brasil)
                O antropólogo Mauro W. B. Almeida, diretor do Centro de Estudos Rurais da Unicamp, ajudou Chico Mendes a formar o Conselho Nacional de Seringueiros e as reservas extrativistas na região amazônica. Recentemente fez parte de um grupo de pesquisadores convidados a conhecer a vida dos caiçaras que habitam a área da Jureia, entre Iguape e Peruíbe, litoral sul de São Paulo. “Gente cheia de vida, de entusiasmo, com amor pelo que faz”, descreveu, lamentando a ameaça de expulsão dessas comunidades, em ação do Ministério Público Estadual. “Tem caráter de tragédia, porque significa o destino de uma população inteira. É uma situação desesperadora. Aquilo que deveria ser declarado um patrimônio da nação está sendo escorraçado”, afirma.

                Como podemos ver, não é só em Ubatuba que o espaço natural, preservado por tantas gerações de caiçaras, é tão cobiçado. É a lógica cruel: mata-se a cultura para dominar o povo e auferir mais lucros. E, infelizmente, além dos poderosos capitalistas, tem aqueles nativos que fizeram da posse da terra uma moeda de troca, algo que acena para a ascensão (?) social. Isso sem contar as ocupações irregulares (mansões nos morros, sobre costeiras e cachoeiras, barracos beirando os rios e plantados em mangues etc.). Resta-nos o convencimento da importância desta cultura tradicional para ter uma vida mais autêntica, que nos orgulhe de uma herança para as futuras gerações. Esta deveria ser a nossa luta para uma cidade melhor e a evolução dos ocupantes deste espaço.

Um comentário:

  1. Como é ótimo ler esse blog,contando as histórias da nossa cidade e do povo que contribiu para enriquecimento da nossa cultura,esquecidos por alguns....

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