sexta-feira, 22 de agosto de 2025

INGRATOS

 

Sol nascente. Arquivo Clóvis 

       Existe um país longe daqui por nome de Irã, antiga Pérsia. Recentemente nós ficamos sabendo que  outro país, Israel, o atacou e causou mortes e prejuízos materiais. Mas qual a razão? Simplesmente porque a corrente sionista, tendo determinado o fim da Palestina e cheio de maldades com os povos vizinhos, sobretudo com aqueles que nunca aceitaram a imposição de um estado judeu ao preço do extermínio de outro povo que sempre viveu ali, cultiva a meta de dominar toda a área próxima na base do terror. Assim, o "povo eleito de Javé", descumprindo a primeira decisão da ONU de dividir o mesmo território em dois países, servindo como base na região a alguns países mais poderosos, segue cometendo atrocidades e fomentando mais violência na antiga Crescente Fértil e aos herdeiros da Pérsia (iranianos). Ou seja, estão alimentando a indústria da guerra. (Já sabemos que violência gera violência, afasta para bem longe a paz).

   Por que escolhi o título de ingratos para o presente texto? Porque, ainda no ensino fundamental eu aprendi acerca da história bíblica que o povo hebreu (judeus), outrora escravizados/exilados na Babilônia, uns cinco séculos antes da era cristã, foi libertado pelo rei da Pérsia. Melhor dizendo: foi graças a soberanos ancestrais dos iranianos  que os judeus foram libertados de seu exílio babilônico e voltaram para construir, em Jerusalém, um novo templo. Como estão pagando nos dias atuais? Lançando bombas sobre o Irã, a Pérsia de outros tempos! 

   Mais tarde, estudando melhor a História, aprendi que os gregos invejavam enormemente o grande império persa, mas nunca poderiam concorrer com ele. Então...o que fazer? Difamar foi o único recurso (porque a força militar do outro lado era descomunal): "os persas são tiranos, querem esmagar a liberdade exemplar de Atenas e das outras cidades gregas". É esta "versão persa", de invejosos, que não sucumbiu no tempo e chegou à atualidade. Então, recorrendo à atualização desse recurso, muitos de nós têm ojeriza aos iranianos, apoia as covardias impostas a um país bem longe daqui, que praticamente nem conseguem localizar no contexto global. Porém, tal como o povo de Heródoto, de Sócrates e tantos outros, os povos invejosos do tempo presente seguem na mesma lógica: temos de destruir quem compete conosco ou é aliado de nossos competidores. Fato: a China se expande, supera as chamadas potências ocidentais, está competindo na dianteira; o Irã, a Índia, o Brasil, a Rússia, a África do Sul e outros mais estão se aliando aos chineses. Fazer o quê? Declarar guerra a eles, solapar suas bases, impedir alianças que promovam o soerguimento de nações até então espezinhadas. Atacar o Irã e essas tais nações é a ordem prevalecente visando enfraquecer a China. Daí a importância da alienação: "Não importa e nem podemos ensinar às novas gerações que eles (iranianos) nos libertaram do julgo dos babilônios no passado". É a fábula do escorpião matando o sapo depois de ter sido transportado por ele no lago. Ah! Quantas vezes eu vi coisa semelhante no povo caiçara! E ainda continua isto de pobre se aliando com rico para destruir outro pobre! É ou não é?


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