terça-feira, 5 de janeiro de 2021

BEIRA RIO

Ponte na boca da barra dos pescadores (Arquivo JRS)

       Faz tempo, mas parece que aconteceu ontem. Paulo Verzoline, falecido jovem ainda num mergulho na Ilha Anchieta, amigo desde a quinta série ginasial, vez ou outra me procurava para uma prosa. Em uma ocasião, estando para receber um visitante da França, me perguntou a respeito de hospedagem. Imagine se eu entendia disso!?! Porém, dei meus palpites. Era bem falado o Solar das Águas Cantantes, mas ficava na Sununga, longe do centro da cidade. O pai do Curtinho, que também estudou na escola Deolindo, era o proprietário. De verdade, por andar por ali fazendo trabalhos escolares, eu conhecia o Newton's. Era bom e tinha aquela bela visão da baía da Enseada. Também não era perto, considerando que o visitante era um jornalista e estava vindo para fazer uma matéria, em abril, a partir do X Campeonato Paulista de Surf. Era o ano de 1980. Por fim, depois de muitos prós e contras, decidimos pelo hotel Jangadeiro, no Perequê-açu. Deu tudo certo. Claude Groveau se hospedou lá por uma semana e nos agradeceu muito. Na despedida dele, eu que frequentava a casa da Marília, depois transformado no restaurante Beira Rio, o recomendei ao Paulo. Sua localização: na beira do rio, na Barra da Lagoa, de onde a vista era linda; um mangue maravilhoso, com peixes pulando a todo instante. Pela grama sempre se via os guaiamus passeando tranquilamente. 

     Era final de tarde quando chegamos no restaurante. Logo avistei o Irson que vinha de pescar. Não pensei duas vezes: chamei-o para uma conversa com o nosso visitante que logo se encantou. Disso resultou, uma ano depois, o retorno do Claude para uma série de artigos a respeito dos caiçaras de Ubatuba. Eu cheguei a ler o que foi produzido. Paulinho tinha tudo bem guardado. Quem mais terá?


 

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