sábado, 10 de março de 2012

AMIZADE

Nada com um aparelho para registrar imagens!


                Num dia desses, recebi um telefonema do tio Marcelino. Ele mora desde adolescente na Baixada Santista, que tem um vínculo muito forte com a nossa Ubatuba. Depois disso foi que resolvi escrever sobre a amizade.
                De acordo com Aristóteles, que viveu há quase dois séculos e meio, “a amizade é uma virtude ou está estreitamente unida à virtude; de qualquer forma, é o que há de mais necessário à vida, uma vez que os bens oferecidos pela vida, como riqueza, poder etc., não podem ser conservados nem usados sem os amigos”.
                Neste caso, basta, por exemplo, um simples telefonema para despertar os momentos vividos, desde a infância, que caracterizam algo bem mais do que amizade (porque inclui uma relação de parentesco, “de sangue do meu sangue que chora e ri nesse palco de ilusão”); trazendo imagens dos tempos de férias, quando o tio trabalhava na COSIPA, em Cubatão.  Com ele vinha alguns presentes, ideias novas, máquina fotográfica para registros históricos etc. Até hoje, sob os cuidados da tia Marlene, deve estar uma plaquinha decorativa dessas ocasiões, onde está gravado assim: “O casamento é como a cebola: a gente chora, mas come”.        
                Era o tio Marcelino quem trazia também notícias dos outros parentes (tio Didi, tio Domingos, tia Amélia...) que migraram àquela região em busca de melhores condições de vida, fugindo da subsistência que predominava em nosso município até mais da metade do século XX. Afinal, o turismo só se consolidou por aqui a partir de 1965, tornando a construção civil a única competidora da pesca e da extração de granito verde.   Amarrando com este, finalizo: amizade é esse granito que adormece, mas não morre.

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