terça-feira, 13 de março de 2012

UMA ADORÁVEL COSTEIRA



            O meu amigo Júlio é especialista em achados importantes para a nossa cultura, sobretudo em tempo de “rapa cuia esganado” por todo quanto é canto deste município. Imagine o quanto de satisfação é capaz de dar, a qualquer nativo caiçara, uma costeira assim carregada de mariscos (mexilhão), lembrando uma frondosa jabuticabeira no começo da primavera!
            A explicação para uma fartura dessa pode ser uma só: nesta época o marisco está magro, sem o tão cobiçado sabor. Vamos acompanhar para ver a feição dessa costeira daqui a três meses, na chegada das correntes frias fartas em nutrientes para toda a fauna marinha.

            Bem antigamente, antes do advento do turismo e dos migrantes atraídos pela construção civil, os ciclos dos seres, inclusive dos frutos do mar, eram respeitados. Em qualquer costeira ou laje era coletado o suficiente para uma refeição (preferencialmente almoço). Só isso bastava! Ninguém se aproveitava disso para estocar e negociar.

             Outras preciosidades estão nessa costeira, mas só aos olhos dos caiçaras elas se revelam como imperdíveis iguarias. Que tal um saquaritá, um cambiá ou uma manzarrata? Ou ainda: pindá assado, ostra com limão etc.? Se mergulhar pode dar sorte de encontrar preguaís. Garanto que muitos nem imaginam os sabores inigualáveis dessa "turma" que está na “zona de guerra” entre o mar e a costeira.

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