sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MAR NOSSO





                Ontem, após ouvir notícias de ventos fortes por este mundo afora, fui ler alguns poemas do Domingos.

                O MAR NOSSO trouxe uma recordação semelhante, da minha infância. Na praia da Fortaleza, os bananais imperavam tanto nas baixadas como nos morros, pelas grotas. Eles eram muito produtivos. Só que, de vez em quando, descia um vento sudoeste arrasando tudo, prejudicando muito a subsistência dos caiçaras.

                O Mingo, navegando pelas palavras, consegue dizer melhor daquele lugar na nossa infância.

                MAR NOSSO
                A casa de meus avós navegava

                em um mar de bananeiras,

                cuja chaminé

                soltava rolos de fumaça

                com cheiro de pirão de peixe.

                A casa de meus avós

                era uma embarcação

                no oceano do bananal,

                só percebida pela bandeira

                do padroeiro São João

                no mastro principal.

                A casa de meus avós era um barco

                cercado de bananeiras

                por todos os lados,

                que quase ia a pique

                em tempo de moção,

                sob as vagas das folhagens

                em furiosa agitação.

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