quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vizinhos e História (II)


         Na primeira parte fiz questão de ilustrar com xilogravura do próprio livro de Hans Staden, publicado em 1557. Nela podemos colocar uma questão importante, principalmente pelos rumos históricos (ou mentiras?) que dizem respeito à nossa cidade de Ubatuba. Afinal, é evidente que a aldeia, para onde conduziram o artilheiro alemão, está defronte de uma ilha por nome de Ippaun Wasu, ou Ilha Grande. Portanto, é lógico que o território em questão está na Baía de Angra, ou um pouco mais além tendo como referência o nosso município .Desta aldeia era o grande líder Cunhambebe. O texto, ao determinar a distância entre as localidades, também confirma isso no capítulo 40:
         “Cerca de oito dias antes do início da expedição guerreira, chegou um navio francês em um porto, que dista oito milhas de Ubatuba, ao qual os portugueses chamam Rio de Janeiro, e os índios, Niterói. Aí costumam os franceses fazer carregamento de pau-brasil. Vieram num  bote também até a nossa aldeia e compraram dos índios pimenta, macacos e papagaios (...)” .
         Por que será que a nossa Ubatuba (a Outra, ou a aldeia de Iperoig das margens do Rio Ubatuba) buscou se tornar o palco da história de Hans Staden?
         De uma coisa podemos ter certeza: os antigos senhores (e os historiadores) conseguiram em parte os seus propósitos somente porque a cidade teve uma importância econômica muito grande.
         A partir de 1532 (data da fundação de São Vicente), os portugueses começaram a instalar nas terras brasileiras as primeiras fazendas que inauguraram o ciclo da cana-de-açúcar. O território passou a ter importância econômica. Adivinha quem era a mão-de-obra mais barata?
         Você acertou se disse os indígenas.
         Começa o fim do endeusamento dos portugueses.

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