sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ANTIGUIDADES



               O mano Mingo continua se inspirando naquilo que nós vivemos, desde um tempo em que as famílias se reuniam para saborear a vida sem se importar com tantas preocupações.

Na casa de meu avôs
tinham muitos tesouros:
um rádio de válvulas
que irradiava Lamartine Babo
e Orlando Silva
que a gente não se cansava de escutar.

Um retrato que, visto de frente,
mostrava Nosso Senhor Jesus,
olhando de viés via-se, à direita, São João Batista
e, à esquerda, São Lázaro
que a gente não cansava de olhar.

Na cozinha um velho fogão
fumegava cheiro de pirão de peixe
que a gente não cansava de paladar,
de tal modo, que até esse substantivo
virou verbo defectivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário