sábado, 13 de outubro de 2012

DA CEPA DOS GRAÇA


A bruxa tá solta. Tomara que sim!

                Estou num ônibus cheio. No momento que passo pela Enseada, vejo que a Cristina, ex- colega de escola, embarca. Logo estamos juntos e podemos conversar um pouco. Ela está esperançosa com os resultados das urnas no município. Confesso-lhe que somente a composição da Câmara Municipal não me agrada. Tirando uns dois nomes, os demais eu já conheço pelas omissões na gestão anterior. Outros, me baseando em seus panfletos de campanha, deduzo que estão mais preparados para discutir sexo de anjo do que apresentar propostas cidadãs. É esse o quadro. "A bruxa tá solta" afirmou a caiçara do jundu da Enseada.

                Por outro lado, sabemos que esse pessoal precisa ser acompanhado de perto. Ou seja, é urgente que grupos de reflexão política sejam formados nos bairros. De  suas discussões, inclusive a respeito dos rumos tomados pelo Legislativo e Executivo, podem sair os novos rumos que queremos para a sociedade ubatubense.

                Faço questão de dizer à Cristina que é inconcebível o fechamento do Caminho de Servidão das Praias de Fora (Canto do Góis, Tapiá, Pixirica, Xandra e Maria Godói). Porém, quem por primeiro tem mais autoridade para alterar isso são as comunidades próximas, sobretudo as das praias da Enseada e Toninhas. Ela, natural da Enseada, diz desconhecer o fato.  É isso mesmo!

                Em contrapartida, se referindo à atividade pesqueira, ela me apresenta um novo ponto de reflexão:

                - Você sabe, Zé, que muitos dos barcos que fazem a varredura nas águas próximas são de outras cidades ou até mesmo de outros Estados? Que, além de lucrar com os peixes e camarões daqui, não resultam em nenhum retorno lucrativo ao nosso município? E o que dizer da diminuição dos pescados aos nossos pescadores que vivem disso?

                - Pois é, Cristina! Sabe o que pode mudar esse quadro? É a formação de grupos de reflexão pelos bairros! E tem mais uma coisa nesse assunto de barcos de fora: o meu amigo Oscar, embarcadista da Ilha do Prumirim, há coisa de vinte anos, me contou que até embarcações do estrangeiro pescam em nossas águas. Na ocasião ele descreveu um barco japonês. Disse que era “um monstro fazendo muita avaria pelos lados do Mar Novo”. O mestre Silvio, natural da Praia das Taquaras, confirmou depois. Fazer o quê?

                Ah, Enseada! Chão que abriga ainda os Góis, os Giraud, os Lopes, os Henrique dos Santos, os Graça e tantas outras famílias que fazem parte da base caiçara!

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