quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

METEOROLOGIA POPULAR

Que venha sol!  (Arquivo JRS)

 
      Desde os primeiros anos, ainda no tempo das pequenas comunidades isoladas com suas subsistências, nós caiçaras ouvíamos frases do tipo: "Correção de formigas morro acima...chuva forte serra abaixo", "Galinheiro assanhado, capoeirão encharcado", "Noroeste não deixa a mãe morrer de sede", "Vermelhidão no céu é vento chegando com mais coisa", "Urubu em reunião nas nuvens é aviso para não sair em pescaria mar afora", "Araponga piando na costeira é sinal de tempo seco apertando a garganta", "Saparia em festa é chuva sendo esperada", "Grilo na barulheira a noite inteira é sinal de tempo bom" etc. E, disso tudo, brota a poesia do mano Mingo.



Meteorologia popular


Se de tarde perguntar ao vento
sobre as condições do tempo
e o vento se mostrar enigmático,
repita a questão para o mar
que, exceto em dias de calmarias,
tem sempre algo a informar.
Em último caso, insista com as nuvens,
as nuvens não escondem nada,
por exemplo, elas sempre avisaram mamãe
para recolher as roupas do varal
antes do susto da trovoada.

Um comentário:

  1. A sabedoria popular e a poesia do Domingos são sempre muito interessantes.

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