segunda-feira, 28 de julho de 2014

LEMBRANÇAS NOSSAS





     Aproveitando que a Iramaia e o Marquinhos gostaram das outras lembranças, resolvi dar mais asas à imaginação. Ainda bem que a saudade me ajuda muito!

       Andando pelos caminhos e ruas do Perequê-mirim que cresceram comigo, parei logo depois do lugar dos batalhadores Hiasa como se estivesse vendo, num quintal dali, o Velho João Emboava e a bondosa Dona Júlia. Naquele tempo ele já vivia numa cadeira de rodas. Porém, quem dos antigos não se lembra dos bate-pés do tempo em que eles moravam na Enseada, tal como os promovidos pelo Seo Dito Góis, quando ainda era católico?

      Seguindo a mesma rua, lembrei-me do Lalau que, num belo dia, levou suas filhas bonitas para Caraguatatuba. Depois, na mesma casa, veio morar a Dona Jovina. 

      Defronte à esquina do Tião Honório e da sua mãe Dona Hermínia, a Dona Preciosa e o Seo Dito construíram sua primeira casa no Perequê-mirim. “Naquele tempo dava dinheiro alugar casa para temporada! Muita gente vinha veranear em nossas praias.” Mais ao lado outras construções apareciam: uma era do Santinho e a outra do Nilo Cabral, ao lado do casal Seo Carlos (eletricista, encanador e relojoeiro) e Florízia, filha do Seo João Lucas. Na verdade, eram lotes que faziam parte das terras da Dona Maria Graça, mãe do Jango, da Dolores, da Jane, da Maria e do Nelson. Bem ali, atravessando um límpido rio, se alcançava a casa do Gusto e da Dona Antônia, da Regina e do Chico Mineiro. Perto deles moravam Nicolau Caçuroba, Licínio Teteco, Teco da Dorcas, Otacílio Barreto e a sua mãe (que era bem corcunda, coitada!).

       A partir da esquina da Vila Pixucha, eu puxava conversa com Nazaré e Natalina, as meninas da Dita e do Brasiliano. Era o meu caminho para ir até a casa do Odilon, um dos filhos da Dona Celeste e Seo Zé Maia. Nós trocávamos gibis. Líamos muito! Desde gibis até livros, revistas de fotonovelas etc. Ainda um dia desses, sobre isso, eu passei um tempão conversando com a Maria Odila.

       Ao lado da Dona Celeste, moravam Idílio, Maria e crianças. A propósito, sempre me perguntei de onde veio esse nome. Foi ao próprio Idílio que ousei perguntar. Ele, embalado por umas cervejas, no Bar Orly (do Severino) me disse:


     “Ah, Zezinho! Veio em homenagem a um bispo, do tempo em que os meus pais eram católicos! Na época do meu nascimento, foi inaugurado a chegada da energia elétrica em Ubatuba. Veio o governador Ademar de Barros e veio o bispo de Taubaté, o Dom Idílio José Soares. Aí, desejando que eu fosse uma boa pessoa, me batizaram com o mesmo nome do bispo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário