segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O PRÊMIO DO ROGÉRIO


Rogério e parceiros do fandango caiçara

        Um dos textos mais acessados do blog  é o FANDANGANDO, onde eu descrevo a atividade do professor Rogério Estevenel na escola, incentivando os alunos a aprenderem a dançar o fandango caiçara. Ou seja, possibilitando às novas gerações a continuidade de uma tradição, a alegria genuína  de nossa gente. É muito legal essa disposição contagiante do nosso caiçara do canto direito da praia das Toninhas,  ou das Estonhinhas, conforme diziam os antigos.
                Não é de hoje que o jovem professor está engajado nessa missão. Porém, no nosso município (Ubatuba), nunca recebeu o reconhecimento que  merece.  Agora, tendo levado neste ano a sua empolgação e apresentado na rede pública municipal de educação na cidade vizinha (Caraguatatuba) o seu projeto, veio o reconhecimento merecido. Na semana passada saiu o anúncio: ele foi o vencedor do melhor projeto em 2012. A primeira alteração será no salário, mas outros agrados vêm na sequência, como consequência. Viva o Rogério, o neto da dona Gertrudes que, a cada ano,  acolhe a Folia do Divino com tanto esmero!

                A minha questão, sobretudo aos líderes políticos deste recanto litorâneo:
                - Quando eles entenderão que, neste pedaço do litoral brasileiro, existem muitas crenças e valores culturais que têm uma função de conservação?

                   Eis o texto publicado no O Guaruçá:

Com o projeto O despertar de uma cultura! O fandango caiçara idealizado pelo referido professor (Geografia/Turismo) com alunos do 6º D, 7º A, B, C, D, E e F da EMEF Antonia Antunes Arouca - Massaguaçu puderam através de uma sondagem inicial constatar a presença do fandango caiçara em terras dos bairros da região norte de Caraguatatuba, sendo então o estopim para planejar tal projeto, que teve por objetivo avaliar o potencial do patrimônio imaterial cultural caiçara que ainda permanece nos bairros da região norte do município de Caraguatatuba, além de apresentar novas faces para desenvolvimento do turismo cultural visando o resgate, a preservação de tão ricos valores culturais de modo que alunos e moradores se sensibilizassem para a importância de se preservar as tradições de um povo que ora se aparenta adormecida, mas que ainda vive a atua na vida de muitos caiçaras o projeto mostrou aos mais jovens a dinâmica a qual ocasionou esse “adormecer” e propôs o “despertar” de um povo para preservação seus valores culturais.
Dentre atividades propostas no projeto tiveram entre outros: desenhos, músicas, oficina de fandango, construção de cartazes e painéis, entrevistas, passeios, apresentações e viagens; o conhecimento a cerca dos assuntos abordados puderam ser realmente absorvidos e transformados em uma conduta mais sensível quando aos assuntos de cunho cultural sobretudo àquela que vem do povo e de uma realidade tão especial quanto a da região abrangida pelo projeto: o Massaguaçu, o caiçara e o fandango”.
As experiências vivenciadas tanto pelos alunos quanto pelo professor e demais participantes reforçaram a idéia de que um resgate histórico-cultural de uma comunidade é possível e viável desde que haja apoio de todas as esferas além de profissionais com o domínio de causa sobre a questão a ser analisada e adesão da comunidade o que em suma ocorreu de maneira eficaz e satisfatória no bairro de Massaguaçu a partir deste projeto.
Nesse sentido o professor Rogério Estevenel agradece a todos que de forma direta e indireta contribuíram para o pleno êxito deste projeto e que depositaram a confiança durante o período em que estava sendo executado e reafirmando o compromisso de incentivar as práticas culturais especialmente relacionadas ao fandango de modo que a comunidade perceba que o projeto não terminou e passe a valorizar mais o que lhe é mais pertinente: a sua cultura, pois “Povo que não tem memória, não tem nada para contar”.

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