segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CANOAS, REMOS E BRAÇOS


          O meu amigo Júlio está em consonância com a minha prima Joana. Ambos são caiçaras que se encantam com as manifestações que marcam a nossa cultura.
          A Joana, no dia seguinte, logo cedo, me procurou para narrar com muita empolgação um evento, ou seja, a regata de canoas que ajuntou tanta gente na praia do Ubatumirim. Porém, antes que eu escrevesse alguma coisa, dos sentimentos do filho da dona Alcina e do Isaías, o alfaiate, saiu esta joia.

E mais uma vez a tradição caiçara prevaleceu nas terras do Tamoio Coaquira e fazendo jus à região de muitas canoas, Ubatuba realizou mais uma prova de canoagem na praia de Ubatumirim. Semanas antes foi na praia da Barra Seca. E o fortalecimento dessa tradição e modalidade vem naturalmente acontecendo em função da vontade dos caiçaras pescadores e canoeiros, por parte das associações de bairros praianos, comerciantes e municipalidade.
Bacana! A festa, além de tudo, está se transformando num atrativo turístico. Vale a pena comparecer, prestigiar, participar, ver a emoção, a força, a luta e disputa entre os canoeiros que, com suas canoas, vêm de várias praias: Fortaleza, Enseada, Ribeira, Sete Fontes, Itaguá, Barra Seca, Perequê, Ubatumirim etc. A prova tem várias categorias envolvendo homens, mulheres e crianças que, em canoas, remam de um a quatro remos.
Duas coisas já são marcantes nesses eventos: uma é a presença do locutor Élvio Damásio que, com todo seu conhecimento e trejeitos, dá um toque caiçara num show de narração; a outra é a premiação que, em vez de troféus industrializados, são artesanatos que representam a nossa cultura. Ah! E o vidro de Biotônico Fontoura, que de forma satírica é entregue ao último colocado de cada categoria, para que os mesmos tomem e se fortifiquem para disputar a próxima corrida de canoa.
Parabéns a todos os canoeiros remadores de Ubatuba, aos organizadores e patrocinadores que mantêm viva a tradição.
Canoa minha de todo dia
Dorme no rancho da prainha
Acorda ao cheiro da maresia
E sobre o rolo de cacheta
Desliza ao lagamá
E beija o mar
E ao mar se lança
Seguindo meu pressentimento

Canoa minha de todo dia
É companheira de pescaria
De trajetar minha farinha
E me leva na praia da escolinha
Pra eu namorar a professorinha.
(FONTE: O GUARUÇÁ)

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