domingo, 1 de julho de 2012

VASCULHANDO LEMBRANÇAS


Papai trabalha na mais recente embarcação.
                  Depois da prosa com o Aristeu, fui vasculhar mais coisas sobre o espaço da Caçandoca.
                A região da Caçandoca sempre me atraiu porque desde bem pequeno vivi escutando histórias de lá. Todos os meus parentes por parte paterna são de lá. O meu pai nasceu no sertão da Caçandoca; depois morou na praia do Pulso, na Maranduba e no Sapê, na restinga onde eu nasci ajudado pela minha vó Martinha, a parteira.
                Ao citar o Aristeu, o meu pai lembrou de um parente dele, o Manoel Correia Mesquita, pai do Anástacio Mesquita, que trabalhou na base telegráfica do Largo do Sapê. Depois foi puxando da memória:

                “O Anastácio tinha rede de tainha e arrastão. Mais tarde foi para Caraguá. Gente dele era o Norberto, proprietário de uma peixaria na rua Thomás Galhardo, no cento de Ubatuba, onde hoje é o bar do Nelson Rico, perto da farmácia. Me falaram que este Norberto foi quem aplicou uma rasteira no tio dele, o Aristeu.
                O Benedito Luiz de Oliveira lembrado pelo Aristeu era um  dos melhores fazedores de canoa daquele tempo. Uma que foi feita para o Natanael, era imensa e servia para transportar banana desde o Saco das Bananas até a Maranduba. Era uma viagem por dia. Em duas viagens enchia um caminhão.
                O Paulinho da Donara era irmão da Bertolina, mãe do Juvêncio, um moço muito bonito.

                Pureza de Jesus e Manoel Jorge, os pais da Maria, do Jorge, do João e da Luzia, moravam na boca da barra da Caçandoca. Moravam antes no sertão, perto da nossa casa.

                Maria Galdino era casada com Leopoldo Felipe, do Massaguaçu. Tiveram um filho: Otávio. Moravam no jundu.

                Na casa que ainda existe, atrás da capela, morava o tio Félix. A capela é de 1953 e foi construída por mim, João Oliveira, Leopoldo Felipe, tio Celestino e tio Jerônimo da Mata. As pedras da obra foram trazidas da Pinicada, no Tapuá (Ponta de lá –esquerda- da Caçandoquinha, perto da Padaria). Vinham na canoa Caçandoca, do tio Félix [tio do vô Estevan], dono do armazém. Era a única casa que tinha uma vitrola rotação trinta e três: parecia um guarda roupa, tinha uma manivela.[Observação: Pinicada e Padaria eram denominações de pontos da costeira, com características bem particulares].

                Para cima, como quem seguia para as ruínas, morava o Mané Lourenço, padrinho do papai [Estevan]. Depois tinha a casa do Olívio, onde mais tarde também virou armazém.

                Leopoldo Felipe morava na praia. Antes disso só tinha o tio Félix e a Bertolina (ex-escrava). O Leopoldo Felipe, casado com a Maria Galdino, era um homem muito alegre. Não sei dizer se ele foi escravo no Massaguaçu.

                No sertão, ainda no caminho, moravam: o João da Mata, depois dele o Domingos Félix, primo do papai e pai do Leocádio, do Bito Domingos e do Sudário). Subindo um pouco mais, perto do rio, onde ficava a represa da fazenda, era a casa do Caliano e a nossa casa que depois ficou para o  Celestino da Mata. Em seguida vinha a Ana do Dantes, o Zé Tomasa. Tudo isso era do lado de lá do rio, como quem vem da Caçandoquinha.

                Seguindo o outro rio, que vem da Selinha, tinha: A Miquelina, o Jonas Mesquita, o Mané Mesquita (pai do Tobias Garcês de Jesus), o Mané Leonardo, irmão do vô Leonardo. O último do morro era o Estevan Marcolino (pai do Silvário, Benedito, Rosa, Aparecida e outra mais bonita, que mora ainda hoje com o Natanael). A Aparecida morreu afogada, no naufrágio do barco do padre João.

                O tio Roque, filho da Feliciana, morava perto da Miquelina. Maria Félix tinha casa perto do Estevan Marcolino, na Selinha, virando para o Rio da Prata.

                Do outro lado do rio tinha o tio Sudário, casado com Enedina, irmã da tia Alzira (e do vô Estevan por parte de pai). Tinha também o tio Bito Domingos, filho do Domingos Félix. Mais tarde veio morar ali perto, onde desce a estrada, a Maria Félix”.

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