quinta-feira, 20 de julho de 2023

QUEM ME CONTOU FOI... (IV)

 



Artesanato caiçara em totoa - Arquivo JRS



     A narrativa a seguir, contada pelo tio da Shirley, me faz relembrar de várias outras iguais, de mesmo teor, que se resumem, segundo os mais antigos, em “almas que se apegam à Terra e não querem ir embora”. Diante de testemunhos assim, o comum era levar o padre para benzer o local, encomendar missas etc. Deixo a narrativa por conta da Shirley. Manda brasa!


     Há um bom tempo o meu tio se interessou por uma casa que ninguém da rua gostava de entrar. O motivo era porque havia morrido um casal nela. Os vizinhos diziam que, nas noites, ouviam gritos do casal que eram assustadores. Só que o meu tio não acreditava nessas coisas e resolveu comprar a casa do mesmo jeito.

     Depois de um tempo reformando, ele se mudou. Ah! Os pedreiros que trabalharam para ele diziam que sentiam alguma coisa estranha quando estavam na casa. Meu tio, lógico, continuava não acreditando. Mas assim que se mudou, na primeira noite, ele ouviu alguns gritos mesmo. Pensou que fosse imaginação dele. Da segunda noite em diante, as coisas que estavam em cima da estante começaram a cair no chão sem mais nem menos. O meu tio achou estranho, começou a acreditar nessas histórias. Resolveu sair da casa, mas não sabia o que fazer, pois ninguém queria morar lá.

    Levou um certo tempo para ele resolver derrubar a casa e montar uma loja no lugar. Mesmo assim, depois disso tudo, ainda meu tio e quem vive mais próximo afirmam que escutam gritos, mas não cai nada da loja, das prateleiras.

    Essa foi a história que o meu tio me contou. Agora ele diz que não acredita muito nessas coisas. Segundo ele, isso só acontece porque as pessoas colocam na cabeça que existe fantasma; por isso escutam barulhos na casa.


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