terça-feira, 18 de julho de 2023

QUEM ME CONTOU FOI... (III)

Arte: Gal     (@ternura_atelie)
 


     A história intrigante de hoje fica por conta da Dona Marilena, uma vovó muito querida moradora da região central da cidade de Ubatuba:


      Esta história que vou contar foi baseada em uma história real que aconteceu no Rio de Janeiro há muito tempo. Tudo começou assim: numa noite muito chuvosa, um homem estava sentado em um ponto de ônibus.  De repente chega uma mulher muito bonita, morena, cabelos longos lisos. Senta-se ao seu lado também esperando a condução. Ela estava molhada, com uma roupa de calor, pois não sabia que iria chover à noite. O homem que estava ao seu lado ofereceu a sua jaqueta preta de couro porque notou que a moça estava com muito frio. A coitada aceitou e perguntou:

     - Você tem uma caneta para eu lhe dar meu endereço? Assim você poderá buscar a sua jaqueta outro dia lá em casa.

     - Tenho sim, moça.

     Ela anotou o endereço, entregou para ele e subiu no ônibus em seguida. Depois de uma semana esse homem resolveu ir buscar sua jaqueta e a caneta na casa da moça. Chegando lá, se deparou com uma casa bem velhinha. Bateu palmas, dizendo:

   - Ó de casa. Tem alguém aí?

   A porta se abre para revelar uma senhora bem idosa:

   - Quem é você? Com quem gostaria de falar?

   - Boa tarde. Eu sou o Arnaldo, vim buscar minha jaqueta  que emprestei para uma moça. De acordo com a anotação feita na ocasião, ela mora aí, nessa casa da senhora.

   A senhora respondeu assustada:

  - Bom, a única moça que morava aqui comigo era a minha filha, mas já faleceu faz tempo.

  O moço, pasmo com que acabara de ouvir, lhe pergunta:

  - Não, não  é possível. A sua filha era morena, cabelos longos e lisos, muito bonita e também muito educada?

  - Sim, era assim mesmo. Gostaria de ver a fotografia dela que eu tenho aqui?

  - Sim, mas claro que sim! Quem sabe pode não ser ela?

  Então ela entrou na casa e ele a seguiu. Ao se deparar com a fotografia na parede, ele leva um susto e diz:

   - Mas como isso pode ser possível? É ela mesmo! Eu não acredito nisso, não pode ser ela!

  A mãe da garota lhe pergunta:

  - Você gostaria de ir ao túmulo dela para ter certeza absoluta do que viu e ouviu?

  E os dois foram até o cemitério mais próximo. Ao chegar no local do túmulo, lá estava a caneta e a jaqueta depositada na lápide da moça falecida há anos.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário