terça-feira, 12 de maio de 2015

A EXPERIÊNCIA DO IDAZIL


     
Cemitério caiçara (Arquivo Olympio Mendonça)
               Idazil Gonçalves Pinto nasceu em Paraibuna, mas foi ainda criança para Caraguatatuba porque o seu pai se empregou na Fazenda dos Ingleses. Em 1967, quando aconteceu a tragédia (tromba d’água) nessa cidade, ele tinha a idade de quatorze anos. Assim contou:

            “Naquele dia eu tava catando garu-garu numa das valetas. Garu é um peixinho barrigudo. A gente só tinha o trabalho de espremer a barriga deles e punha pra fritar para depois comer com farinha. Que delícia! Sabe como a gente catava lambari? Naquele tempo tinha uns litros transparentes  com  fundo côncavo. A gente dava um jeito de quebrar ali, bem no fundo,e aquilo virava um covo. Colocava na água e  logo estava cheio de peixe. Até camarão entrava e ficava preso”.

            Entrando nos detalhes da fazenda, o Idazil dá a sua contribuição:

            “A  fazenda era como uma cidade, empregava mais de quatrocentos famílias. No total, deveria ter por volta de dois mil habitantes. Tinha jogos aos domingos. Lá se produzia de tudo: banana, goiaba, figo, laranja... Imagine você que naquela época a cidade de Caraguatatuba tinha por volta de quatorze mil habitantes. Depois da tragédia, muita gente foi embora desse lugar, em torno de cinco mil habitantes”.

            Pelas palavras dele, fica evidente que os estudos não eram fáceis aos que moravam longe do centro da cidade:

            “Eu e outros vínhamos estudar na escola, no centro da cidade, onde hoje é um espaço cultural. Só lá tinha da quinta série em diante. Até um certo trecho a gente vinha no carril, pelos trilhos. Depois só a pé. Eu fui expulso porque joguei uma cebola na lousa. Perdi a vaga e não tinha mais como estudar na cidade. Acabei indo para São Paulo (capital), onde trabalhei num restaurante”.

            A respeito da tragédia que mobilizou tanta gente, dois fatores contribuíram para que os estragos não fossem ainda maiores:
            O Tomaz Ribeiro de Lima tinha um rádio amador e logo enviou pedido de socorro para todo lado. Também o fato de a ponte do Rio Santo Antônio ter sido carregada evitou de toda a água e terra se espalhar e destruir mais coisa e matar mais gente. Teria sido muito pior se o rio transbordasse. Imagine a tristeza de alguém chegar na porta da casa e notar que a água havia carregado todos os seus familiares, todas as coisas. Isto aconteceu!”.         

Comentários:
Do amigo Pedro Caetano:
1- GUARU PANDU! Quando Criança comi muita farofa de Guaru, Farofa de Sabiá,saíra,içá...Tempos de outrora tempos que não voltam mais.

 2- O rádio Amador que ajudou na catástrofe de Caraguatatuba foi o SenhorThomaz Camanes Filho frequência PY2AUN

Da amiga Nanci Lima:
Histórias contadas por aqueles que a vivenciaram, nos aponta outra perspectiva, ampliando e enriquecendo a nossa compreensão sobre os fatos.Valeu José Ronaldo

3 comentários:

  1. Ola Amigo José Ronaldo, O radio Amador que ajudou na catastrofe de Caraguatatuba foi o SenhorThomaz Camanes Filho frequencia PY2AUN

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  2. GUARU PANDU!, Quando Criança comi muita farofa de Guaru, Farofa de Sabía,saíra,iça.Tempos de outrora tempos que não voltão mais.

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  3. Histórias contadas por aqueles que a vivenciaram, nos aponta utra perspectiva, ampliando e enriquecendo a nossa compreensão sobre os fatos.
    Valeu José Ronaldo

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