sábado, 16 de agosto de 2014

GUISARD EM UBATUBA

Caiçaras no Porto do Sobrado
Acesso ao Perequê-açu.

A historiadora Cláudia Martins, na sua sucinta biografia a respeito de Félix Guisard, o neto de franceses considerado por Monteiro Lobato como o segundo fundador de Taubaté, hoje nos relata de quando o empresário decide conviver mais com a cidade de Ubatuba.

“Em 1933, as festas da família ganharam mais um lugar. É que Félix Guisard adquiriu um casarão em Ubatuba, chamado Sobradão do Porto. O imóvel fora construído por Manoel Baltazar da Cunha Fortes, comerciante português que depois o vendeu a Julius Kerstz, húngaro que fez dele o Hotel e Restaurante Budapest e que, por sua vez, o vendeu a Guisard. O prédio foi todo construído com material  vindo de Portugal. Até as batentes de pedra vieram como lastro de navio. Félix Guisard fez questão de preservar cada canto da casa, consciente do seu valor artístico.
          Além do sobrado, Guisard comprou também algumas terras e um pedaço da praia do Perequê-açu. A cidade, ainda pouco habitada e também pouco visitada por turistas, oferecia um mar de paz e tranquilidade depois do estressante trabalho da fábrica [em Taubaté]. Porém, o problema estava em chegar até Ubatuba. A estrada era interminável, cheia de buracos e, quando chovia, o carro atolava na lama e não havia quem o fizesse andar. Era preciso procurar a fazenda mais próxima e emprestar uma junta de bois para arrancar o carro do atoleiro. E a viagem pela Serra do Mar durava boas horas”.

          Maria Cecília, a neta de Guisard, assim expressou  o prazer de ir para Ubatuba:

          “A primeira vez que fui lá, em 1934, eu estava com 13 anos de idade. Ao chegarmos ao alto da serra, o mar nos aparecia com o azul do céu refletido, formando um todo de  beleza incrível, fazendo-nos esquecer todo o cansaço da viagem”.

          Naquele tempo, “o casarão era muito agradável, havia muitos quartos e o local era bastante arejado. Ubatuba era iluminada à noite por lâmpadas muito fracas, mas ninguém andava pelas ruas depois que escurecia. A família Guisard acordava cedo e ia a pé à Praia do Perequê. Eram os únicos turistas”.

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