Parede antiga - Arquivo JRS |
Muita gente tá perambulando pelo mundo! Em tempos de festas, quando um mar de felicidade aparece estampada em propagandas, me recordo que, desde criança, eu me detenho ao avistar andantes, andarilhos que percorrem as estradas e pedem água e comida para seguirem suas jornadas, Sempre imaginei seus dilemas pessoais e suas decisões de saírem mundo afora para superarem suas desilusões, suas angústias, seus medos etc. Que desafio! Um desses andantes a cada ano passava pela nossa praia. Não era de falar quase nada. Seu cumprimento era apenas uma reverência de cabeça como fazem alguns povos orientais. Até hoje me pergunto acerca do tanto de informações, de experiências (boas e ruins) que tais pessoas carregam.
Barbudo, com saco às costas,
Vencia distâncias mundo afora.
Eu o via anualmente,
Tinha uma sina,
Vagava pelas ondas das rotas.
Um dia me surpreendeu:
Traduziu as falas de um casal turista,
De um inglês que eu nada entendia.
Pediu um copo d’água;
Caprichei num sanduiche.
Dali se foi pela estrada.
Nunca mais avistei
O barbudo, com saco às costas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário