terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O HAITI NÃO É AQUI

O Haiti não é aqui (Arquivo JRS)


               Após a primeira “sessão na tarimba”, tive uma intuição de como proceder num possível tratamento do Totonho do Rio Abaixo. Primeiramente fiz um discurso sobre atividades físicas e sondei quais as tendências do homem (além de fornicar com a “Militona”,  jogar lixo nos “terrenos sem dono”,  estragar plantas pelas calçadas, fazer inimizades com a vizinhança, estacionar em lugares proibidos, se aproveitar do alheio, invadir terras dos outros etc. etc. etc...). “Uau! Quantas  ‘virtudes’!?!”  (Não é à toa que o vizinho dele, quando aumentava o tamanho do muro divisório , assim falou: “Estou no Inferno, mas não quero ver o Diabo”).  Ah! Não brinca não porque eu descobri que ele gosta de pedalar!
               Pedalar é bom mesmo! No caso de Ubatuba, onde temos uma topografia favorável, todos deveriam pedalar diariamente, deixar de ficar adquirindo bicicleta motorizada, moto e outras comodidades que nos tornam preguiçosos e vão travando nossos músculos. E, cá entre nós, essa buraqueira em nossas ruas não facilita desenvolver maior velocidade do que as das pernas. E quem paga os estragos em nossos veículos produzidos pelas ruas em condições lunares?
               Pedalar é bom mesmo! Você polui menos, repara mais nas coisas, cumprimenta mais gente, desfruta de mais prazeres porque está em contato direto com a natureza. E, discursando assim, convenci o Totonho a sair num sábado montado em sua bicicleta. No final do dia, arfando, com os olhos quase estrábicos volteando em suor, ele me apareceu em casa. Não quis entrar. Preferiu ficar no portão e, como uma criança que acabou de ganhar um pirulito, citou as descobertas (nenhuma novidade para mim!) por onde pedalou. Até me recomendou que eu fizesse um registro de um lugar, “ali na Estufa, Zé, bem na beira da BR”. Fui, registrei e escrevi isto:
               Eu me lembrei que há alguns anos, visitando a capital do Haiti, o país mais empobrecido do continente americano, um amigo fez um interessante registro fotográfico, com imagens bonitas e feias. Na verdade, as de teor não agradável (pessoas desnutridas, animais pestilentos, muito lixo descartado de qualquer maneira nos logradouros etc.) era a maioria. Que tristeza! Ainda bem que o Haiti não é aqui! Opa, me desculpe pela falha. A imagem que postei não é no Haiti. É do bairro da Estufa, em Ubatuba, na margem da rodovia (BR-101). Tem outros lugares assim na nossa cidade?!? E como tem!!! Socorro!
               Viu, Totonho, como pedalar faz bem?

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