sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

DONA MARTINHA

Vovó Martinha entre alguns dos netos (Arquivo JRS)

               Vovó Martinha era minha avó por parte de pai. Nascida na praia do Pulso, sempre viveu na lida da roça e de casa, mas com uma função muito especial na comunidade: foi parteira. Neste compromisso estava sempre pronta para atender fosse onde fosse, a qualquer hora, com chuva ou sol.
               Agora achei uma folha de papel escrita pelo Clayton, filho do finado Clóvis. Estou em dúvida se já dei a conhecer. Por via das dúvidas, aqui vai:

               “A tia Martinha era uma guerreira, uma excelente parteira! Quantas crianças ela foi responsável por colocar no mundo! Além do atendimento na hora do parto, sempre dava assistência à mãe e à criança. Ensinava os remédios caseiros, ajudava as pessoas mais necessitadas.
               Quando alguém não podia ir pescar por algum motivo, ela – que era mãe e esposa de pescadores! – sentia compaixão e repartia o pouco que tinha com quem não tinha. Fazia questão de repartir.
               Foi a tia Martinha quem me ensinou as primeiras lições sobre plantas. Com ela aprendi a fazer jardins. Sempre tinha algum menino aprendendo com ela nos jardins do Sapê e da Maranduba. Foi com ela que eu tive a minha primeira profissão.

               Uma excelente pessoa! Sei que já se foi, mas sempre me lembro de agradecer muito por me ensinar o prazer das coisas mais simples”.

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