quarta-feira, 18 de junho de 2014

QUEM PODE EXPLICAR?

      
Ilha do Mar Virado (Arquivo JRS)
               Olá, Gisele! Que bom que você está seguindo o meu blog! 

      São tantas as coisas que continuam sem explicações aos caiçaras!

        O meu querido tio Neco e tantos outros falam das luzes que pareciam brincar na Ilha do Mar Virado, na costeira. Era só começar a balançar um tição de fogo numa praia, longe dali, que uma daquelas luzes parecia vir pulando sobre o mar, se aproximando de onde estavam os provocadores. Ao dar um fim na brasa, aquilo retornava ao seu lugar.
        Na praia da Fortaleza, já contei em outra ocasião, havia a Luz do Oliveira. Também se deslocava frequentemente da Costeira  do Recife para o jundu, causando muita angústia ao esposo da saudosa Filomena.
      O pessoal da Praia Grande do Bonete também se referia às luzes do Mar Virado, que se deslocavam e caíam em pontos distantes dali. “Era Mãe do Ouro. A gente sempre via. Na Prainha tem um buraco que atesta um dos lugares dessas quedas”.
      Agora eu conto a experiência vivida pelo Deolindo e Neco Pedro, na ponta entre as praias da Caçandoca e Pulso. Ou melhor, deixo que o próprio conte:

    “Era mês de setembro. O tempo estava bom para pescaria na pedra. Eu tinha isca de bonito, podre, própria para garoupa. Neco Pedro topou ir comigo. Juntos decidimos que a Ponta do Pulso era um bom lugar. Ao passarmos pela praia, um cachorro todo feliz, da gente do lugar, nos acompanhou.

       Logo a pescaria deu sinal de ser boa. Uma garoupa e dois sargos já estavam garantidos quando o cachorro deu um sobressalto do lugar onde estava deitado, se arrepiou todo, ganiu desesperado e sumiu na correria desesperada pelo caminho que viemos. Em seguida, no mesmo instante, uma luz incomparável tomou conta do lugar. A claridade era tão grande que se enxergava todo o fundo do mar, os peixes, os pindás e outros seres. Era como se fosse um dia muito radiante. Aquilo foi muito breve. Não houve barulho algum. Quase no mesmo instante tudo voltou ao normal. Nós ficamos sem entender nada. Por precaução, resolvemos acabar a pescaria por ali. Chegou de peixe! Bastava pelo que passamos! O que era eu não sei. Quem pode explicar uma coisa dessa?”.

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