segunda-feira, 20 de junho de 2011

Franceses sonhando em terras de Ubatuba (Parte X)

Esta é a última parte, na verdade o meu comentário depois da conversa com a dona Silvia. Espero que o material produzido possa ser de contribuição para possibilitar novas reflexões sobre o nosso espaço, tal como um ovo no ninho: potencial de um novo ser.


       Algumas considerações minhas:
     1- o norte do município teria lucrado muito se os sonhos do francês, ou melhor, do casal de franceses se concluíssem, pois sua fazenda demonstraria aos caiçaras as alternativas tecnológicas e as medidas mais racionais para acreditar no potencial produtivo que temos;
      2- o povo caiçara teria outra perspectiva de vida e de resistência frente à especulação imobiliária que acompanhou um modelo de turismo predatório, ou seja, que condicionou melhoria de vida à renúncia das terras ancestrais;
      3- a cultura, continuando enraizada e circundada pela realidade próxima, se fortaleceria mais e contribuiria para a preservação de todos os aspectos implícitos no binômio natureza-homem;
      4-um povo vivendo bem com suas raízes também ama a cultura erudita e fermenta as bases para uma sociedade mais justa, solidária e com mais amor, ou dizendo de outra maneira, recria a Terra.

Ubatuba, 30 de abril de 2002(Data da entrevista)

                                        Entrevistada: Sílvia  Polacco Patural

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