terça-feira, 24 de janeiro de 2023

ENTRE DESENHOS E PASSARINHOS

Saíras na pitangueira - Arte: Giovana Félix


     Constantemente avisto a minha filha se debruçando pela janela para contemplar os passarinhos na árvore-fruteira que nasceu rente ao muro, perto da janela do quarto dela. Ali se encontram saíras, tiés, sanhaços, sabiás, mariquitas, arcaides e outros. Aquela árvore, semeada por algum desses seres voadores, vai continuar ali por muito tempo. Certamente só podarei de vez em quando alguns galhos para que não atrapalhem as roupas no varal. Você tem um árvore assim por perto?

    No nosso quintal há uma abundância de passarinhos. Alguns fazem ninhos e só desaparecem depois que os filhotes crescem. Agora, por exemplo, dois ninhos de cabeça-de-lacre estão quase desocupados. Na semana passada foi a vez do sabiá-coleira ganhar os matos com a sua única cria. Somente as rolinhas e mariquitas dão a impressão que nunca deixam o espaço. Os pintamãs e pardais são atrevidos, comem na vasilha do cachorro, bebem da sua água. Dias atrás um casal de pica-paus estava saracoteando e caçando comida na minha touceira de cará-roxo. Nesta época, verão, as andorinhas rodeiam a casa, pousam nos fios, têm ninhos nos beirais de algumas edificações da vizinhança. Daqui, da mesa onde escrevo, escuto os pássaros próximos e os mais distantes. De vez em quando reconheço tucanos, nambus, arapongas...  É muito gratificante tudo isso! Será que tem alguém que não sente a importância desses ares, desses seres, dessas cores, desses sons?

   Agora vou falar de um talento presente em muitos dos Félix, desse ramo paterno que estava na praia da Caçandoca: o desenho. Quando eu era criança, tio Neco nos distraía com seus traços. Depois, o primo Mário, filho do tio Chico, nos encantava com seus primorosos peixes e embarcações. Com o passar do tempo despontaram nas gerações novos talentos. Estevan, Maria e Giovana são desta remessa. Ontem, ao pensar no presente texto, recebi uma gravura estupenda. Trata-se de um desenho maravilhoso da Gi, neta do tio Dito Félix e da tia Balbina: algumas saíras se refestelando num galho de pitangueira. Imediatamente obtive licença dessa priminha, nascida na praia do Sapê, para ilustrar esta postagem e compor o acervo do caisasdecaicara.blogspot.com. Valeu, Gi! Beijão. Até.

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