domingo, 9 de outubro de 2022

FAZER O QUÊ, NÉ?

Um disco...uma mensagem (Arquivo JRS)


    O estimado amigo Jorge Ivam, após ter lido um texto do blog, expressou assim:

“É uma pena que textos como esse não cheguem a quem mais precisa dessas reflexões. Aliás, o que seria dos fascistas se não houvesse um bando de gente que não se informa e crê bobamente em fake news cujo objetivo está em incutir medo explorando sua incapacidade de pensar?”.

     Leio nas notícias que mais um corte de verba para a educação é anunciado pelo Excrementíssimo. Isto que dizer que o que está ruim pode piorar ainda mais. E a sábia Mafalda do Quino está certa em dizer que “de tanto poupar em educação, ficaremos ricos em ignorância”. 
 
    Eu, aqui no meu canto, num dia que promete muita coisa boa, fiquei pensando na força negativa, ruim mesmo, sobre tanta gente aparentemente boa. Num dia da semana, logo depois dos resultados do primeiro turno das eleições, ao embarcar no ônibus fui me acomodar nos fundos, onde um grupo de pessoas idosas conversavam no mesmo tom de quem está em beira de cachoeira, disputando com o barulho das águas. Ou seja, não tem como não escutar em momentos assim, mesmo não estando tão perto. A primeira delas voltou neste tema por mais de três vezes: “Votei no 22, mas deu 13. Perdi meu voto”. Ai que vontade de gritar que haverá outra votação, um segundo turno. As outras também afirmaram a mesma coisa, digo, o mesmo voto. Ai que vontade de gritar que todas elas estavam viajando gratuitamente, só tinham esse direito porque o Lula (o candidato do número 13) aprovou em 2003, o Estatuto do Idoso. (E o mano Mingo, na época vereador pelo Partido dos Trabalhadores, fez valer essa conquista no município de Ubatuba!). Em seguida, escutando a repetição de mentiras em torno da religião, que Lula vai fechar as igrejas etc., novamente a língua coçou para dar a conhecer a essas pessoas ignorantes que a medida de Combate à Intolerância Religiosa foi aprovada pelo mesmo estimado líder político, formado a partir das lutas sindicais, no ano de 2007. Constatando que entre essas pessoas que estão sendo incapacitadas de pensar havia algumas negras, pensei no Estatuto da Igualdade Racial, de 2010. Adivinha quem aprovou? De repente, ultrapassa o ônibus uma ambulância do SAMU, outra ação de mesmo Lula, criado em 2004. E, no sentido contrário, uma condução escolar, parte do Programa Caminho da Escola, de 2007. Aí veio à memória outras tantas coisas boas coisas, sobretudo aos mais pobres: Brasil Sorridente, Prouni, Sisu, Ciência sem fronteiras, Lei dos quilombos, Lei das Cotas no serviço público e no ensino superior, Luz para todos etc. Me deu vontade de perguntar: Por que demorou mais de 500 anos para aparecer esses programas? Por que nenhum presidente antes do Lula ousou diminuir as desigualdades sociais? Por que os pobres precisam ser manipulados por mentiras, por lideranças religiosas etc., na intenção de que um líder mais comprometido com as causas dos pobres não volte ao poder? De repente, essa estratégia do lado ruim contra um líder mais comprometido em diminuir as desigualdades sociais e as injustiças tenha sentido na frase preconceituosa e criminosa de que “o pobre só serve para votar”. Depois do fascismo instalado, nem para isso servirá mais. 

      Ainda dá tempo para que essa gente aparentemente boa deixe de se desinformar, de crer bobamente em mentiras, tome consciência, veja de que lado está a vida. Caso contrário, restará a definição de colaboradores do fascismo, de arautos da morte. Muito mais eu não posso fazer, mas posso dizer!

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