sexta-feira, 15 de abril de 2022

NOSSA MATA

 

"É bacupari, Má!" - Arquivo JRS


- Que fruta é esta, pai?
- É bacupari, filha!
- Mas é diferente assim?
- Sim, essa é outra variedade: bacupari-mirim ou bacupari-limão. Tal como o bacupari-açu, ele não é fácil de ser encontrado. Pode ser que a explicação seja devido aos dois terem um azedinho acentuado, mais acidez. Quem sabe, com o passar do tempo, o bacupari comum, mais docinho, foi tendo a preferência e sendo mantido pelos terreiros caiçaras? Quem sabe? Experimente uns e dê a sua opinião.

    Assim apresentei essa fruta da nossa mata em minha casa e para mais gente. As sementes já estão na terra, serão mais mudas a ganharem os espaços, a se multiplicarem. Depois, quando frutificarem, as aves e os animais diversos farão a sua parte, espalharão pelos espaços onde defecarem, por onde deixarem cair as sementes. A nós restará garantir os espaços preservados, deixar que elas cresçam, além de sensibilizar o presente e as gerações vindouras que cada ser tem uma razão de existir, que eles não surgiram por nada e não ganharam essas características (doce, azedo, verde, amarelo etc.) à toa.

- Nossa, pai! É gostosa!
- Eu sabia que você iria gostar.

     Encaminhei algumas das frutas para o estimado Valdir, pois sei que, por suas mãos, muitas mudas já estão produzindo por aí. Parabéns a esse amante tão prático da natureza!

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