terça-feira, 28 de novembro de 2017

EM 1951... PELO AR

Arquivo Roteiro Turístico

               Aproveitando que um novo livro (Sobre o mar de Iperoig) está sendo lançado em Ubatuba, desta vez abordando a história da aviação na cidade, quero apresentar uma página, de 1951, do nosso primeiro roteiro turístico que se tem notícia:

               Ubatuba dista de São Paulo, em linha reta, 160 quilômetros. A viagem por via aérea é deslumbrante, principalmente para quem a faz pela primeira vez. Após a travessia do planalto e da crista da Serra do Mar, surge o oceano imenso, todo azul, com suas ilhas esparsas, as praias sinuosas, os costões batidos pela alva espuma, os esporões da serra, cobertos de densa mataria, mergulhando no mar, as várzeas sulcadas pelos rios que vão terminar quase sempre formando restingas, e os povoados de pescadores.
               Ubatuba dispõe de ótimo campo de pouso. Sua pista, de 1000 metros permite, se necessário, a aterrissagem dos grandes aviões da rota Rio de Janeiro – São Paulo. Como a cidade de Ubatuba fica exatamente a meio caminho da linha Rio - São Paulo, já existe funcionado um posto rádio telegráfico e, brevemente vão ser iniciadas as obras do futuro aeroporto.
               Diariamente ali pousam aviões de aeroclubes e de particulares, e a “VALPAR”, companhia paulista de aviação, com escritório em São Paulo, transporta passageiros para Ubatuba. Uma viagem pela “VALPAR”, que se utiliza de aviões “Stinson” para três passageiros, dura aproximadamente 50 minutos.
               Esse serviço regular de voo para Ubatuba, já está funcionando em caráter experimental, partindo aviões , às 9 horas e regressando no mesmo dia, às 14 horas.

               Também a “STAR”, companhia de táxi aéreo, de São Paulo, transporta passageiros para Ubatuba, cobrando pelo tempo de voo.

             A seguir, apresento parte do texto que fiz em 30 de abril de 2002, com Dona Silvia Pollaco Patural, esposa de Jean-Pierre, o autor da façanha abaixo, marcando uma contribuição à aviação em Ubatuba. De acordo com um dos autores do livro que está sendo lançado, ele será citado no relato.

Arquivo Patural



  O barco ajudava, mas mesmo assim, devido ao gênio de praticidade do meu marido, se fazia necessário outra alternativa de transporte que diminuísse a perda de tempo. Havia também, no caso do barco, uma dependência das condições do mar. Nesse ínterim já tínhamos construído a nossa primeira casa no Ubatumirim. Assim, Jean-Pierre resolveu adquirir um avião, ou melhor, encomendou as instruções de uma empresa francesa. Novamente o nosso quintal em Taubaté se transformou. Agora era um hangar. Logo estava pronta a fuselagem; as asas deram mais trabalho. Um serviço que mais me impressionou foi a confecção da hélice: dos pedaços de madeira marfim surgiram as pás com suas aerodinâmicas perfeitas. Depois de pronto ele saiu do nosso quintal seguindo o mesmo modo da retirada do barco.
  1. Dona Silvia (Arquivo Patural)
          
              Após aprovação do Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos, Jean-Pierre tirou brevê de piloto no Campo de Marte, em São Paulo. Aí foi uma maravilha!!! A partir de Pindamonhangaba, pois em Taubaté não havia campo de aviação, levávamos trinta e oito minutos até alcançarmos a nossa área de pouso no Ubatumirim, que construímos na proximidade da nossa casa.  Na cabine havia espaço para duas pessoas; a Patrícia ia no colo.
       EM TEMPO : A história dos franceses (Jean-Pierre e dona Silvia) está no blog desde junho de 2011. Boa leitura.

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