segunda-feira, 29 de abril de 2024

OCASO

 

Ocaso - Arquivo JRS

   A filósofa brasileira Viviane Mosé escreveu   a respeito da cultura: "que ela tenha como alvo dar continuidade à obra da natureza no mundo dos humanos, como um modo de afirmar a vida, de fortalecê-la". Portanto, a pedra fundamental, o alicerce da cultura é a afirmação da vida. De qualquer cultura, seja ela caiçara, caipira, indígena, afrodescendente, nordestina, ribeirinha etc. De qualquer cultura!

   Vida de quem? Vida de todo mundo, inclusive dos demais seres que garantem a existência humana! Então, sempre foi urgente aprender sobre a vida, fazer a leitura dela. Nisto transcorrerá a nossa existência  até que chegue o ocaso, quando o sol que clareava o dia cederá espaço ao anoitecer. A arte é essencial nessa trajetória. Agora, por exemplo, completando cinquenta anos da Revolução dos Cravos ocorrida em Portugal, me vem à mente a música Tanto Mar, na voz de Chico Buarque, naquela ocasião (1974) que continua me emocionando  demais. 


Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Em algum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

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