quinta-feira, 18 de novembro de 2021

FLORADAS NA COCANHA

Floradas na ilha - Arquivo JRS

    O dia estava pelo meio da tarde. No galho da pitangueira avisto uma meia furada. Penso  em alguém sem a devida educação para cuidar da natureza esplendorosa que nos circunda. Firmei o olhar lá longe, na ilha da Cocanha; reconheci as árvores branqueadas de flores: trata-se jacatirões. Nossa! Tem bastante deles lá!  Sei que no alto daquela porção de terra rodeada pelo mar tem uma casa abandonada. Um velho pescador, certa tarde há uns anos passados,  me explicou que ela foi edificada por um empresario, na metade do século XX. Ele comercializava uma marca de caminhões,  daqueles que serviram como transporte coletivo assim que a estrada Ubatuba-Caraguá foi concluída, por volta de 1957. Pelo que entendi, era similar aos usados na modalidade chamada "pau-de-arara", comum no transporte de migrantes nordestinos até recentemente.    

           Aquelas floradas reavivam cheiros que agora não chegam até mim devido a distância. Porém, me remetem às abelhas. Penso que, naquela ilha tão bem preservada deve existir colmeias agora fartamente abastecida de pólen, transbordando de mel pelas dádivas dos jacatirões e outras especies nativas. Ah!  Na metade da distância, reparo nos trabalhadores do mar dando o duro na área das marisqueiras. Penso na frase de alguém muito antigo, um certo grego por nome de Epicuro. É assim: "A natureza criou-nos para a comunidade ".


 

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