terça-feira, 4 de outubro de 2016

A ARTE DESPERTA

A prima Nini (Arquivo JRS)

               o título que me veio à mente, num primeiro momento, me remeteu a uma condição inevitável de algumas pessoas não se aguentarem acordados diante das imagens da televisão. Ou seja, todo o empenho de muitos profissionais da mídia televisiva não desperta como supõe o título acima, ou até serve como sonífero.  Até prefiro que seja assim. Mas vamos ao que interessa!

               No dia 28 de novembro de 2015, no jornal Folha de São Paulo, no caderno Ilustrada, com o título MoMA descobre 5 fotos de Cláudia Andujar, uma imagem atrai a atenção, está devidamente assinalada com uma seta riscada em tinta azul. É um detalhe deixado pela minha “censora” Mary Igawa, que guarda as principais notícias para que eu possa ler e aproveitar nas minhas atividades escolares. No caso, ela sinalizou para o que lhe chamou a atenção: o nome da cidade. Aquela fotografia foi feita há mais de cinquenta anos na cidade de Ubatuba. Eu, ao me concentrar na tarefa de recortar as matérias para a minha prática, também dei atenção especial à imagem da menina. Eis um trecho da matéria do jornal:

Quinze anos antes de encontrar os ianomâmis, Cláudia Andujar conheceu uma outra tribo (...) Agora, dois retratos destes índios, gênese daquilo que determinaria sua vida como fotógrafa e ativista, foram encontrados numa acervo secundário do MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York, junto a outras três fotos do início de sua carreira. Trata-se de uma menina sentada em Ubatuba

               E quem é a menina? Ai essa amiga Mary! Ai este meu olhar curioso! Ai esta minha facilidade para guardar feições!


               No instante em que vi a imagem, sobressaltei: “É a Nini! Lógico que é! Olha o olhar! Olha o nariz! Olha a boca!”. Então, passei a imagem para o mano Mingo recomendando que verificasse se eu estava certo. Em seguida, na primeira oportunidade, fui até a casa da Nini, no bairro da Estufa. “É, sou eu mesma! Estava comendo uma maria-mole daquela que vinha em copinho com um brinquedo em cima. Onde você achou a fotografia?”. “Ah! É segredo! Da próxima vez vou fazer uma entrevista mais detalhada com você e então falarei mais a respeito da fotografia”. Ela se conformou, nem insistiu. Era sábado, bem cedo. No mesmo dia, no final da tarde ela me telefonou para me informar melhor de onde trabalhava por ocasião do acidente que a deixou paraplégica. Ou seja, deduzi que ela estava ansiosa pelo assunto. E quem não estaria?

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