sábado, 27 de setembro de 2014

PLANTANDO ÁGUA (II)

Até meados do século XX, nessa praça, havia um chafariz público. (Arquivo histórico)

               A falta de água para abastecer os grandes centros urbanos do Estado de São Paulo está até causando brigas, apedrejamento de prefeituras e outras barbaridades maiores. Digo: de quase nada adianta essas atitudes passionais. O desafio é outro: é urgente plantar água. Como? Replantado matas nativas, revendo sistema de monocultura e de pecuária intensiva. Outra situação gritante é a dos esgotos e do desperdício desse líquido tão precioso. E não tem desculpa para não obter sucesso nisso tudo porque as tecnologias e as pesquisas estão avançadas. Tarefa dificílima é transformar as mentalidades acomodadas nesse modelo egoístico, que pode ser resumida no dizer caiçara: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

               Em nossa cidade de Ubatuba, causa preocupação a ocupação desordenada nas áreas impróprias. Há uma voracidade em se apoderar de áreas e obter lucro com mínimos esforços, afetando principalmente a qualidade da água, a produção dela. Hoje eu faço questão de apresentar a problemática da água que bebemos.


               Será que muita gente sabe a origem da água nossa de cada dia? Em nossa porção  central do município temos duas captações: uma na Cachoeira dos Macacos e outra no Rio Grande, logo acima do Bairro da Figueira, na margem direita da Rodovia Oswaldo Cruz. Nesta, para quem não conhece a região do Pé da Serra, eu informo: mais de uma centena de moradias existem por ali, acima da represa de captação. O meu vizinho diz até que, no lugar denominado Sitieto, “um loteamento está nascendo”. Esse tanto de moradias não tem rede de esgoto. Creio que se trata de pessoas humildes e que edificaram com seus padrões particulares e seus parcos recursos, ou seja, com fossas em contato com o lençol freático, seguindo por declividade aos córregos e rios que se juntam na formação do Rio Grande. Pode ser pior, caso a "educação" seja aquela de canalizar diretamente para o rio. Perto da minha casa tem muitos casos assim.  É essa água que converge para a captação. Depois será tratada pela Sabesp, no Morro da Fazenda Velha, e seguirá para nossos lares. Ou seja, foi-se o tempo em que você podia “se agachá e tomá no rego”, conforme disse aquele caipira há tanto tempo, no Armazém do Maciel.

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