quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A casa do morro do cemitério II


Aquela proximidade da casa dos Félix com o cemitério era assustadora. Leovigildo conta que uma noite esqueceram de guardar o machado dentro de casa. Então, quando todos já estavam deitados, começaram a escutar o barulho vindo de fora – eram pancadas vindas do lenheiro, de machado rachando madeira. Isso durou a noite toda. Mas quem ia sair de casa para ir ver quem era naquela escuridão? No dia seguinte, parecia nada ter acontecido: não havia lenha a mais no monte, nem lascas ou madeira derrubada. Tudo estava como havia ficado. Mas todo mundo tinha ouvido o barulho.
Tempos depois o machado ficou para fora de novo. Então a noite inteira se ouviu o som do corte de árvores na mata em volta da casa, eram galhos sendo quebrados, troncos caindo e derrubando outras árvores. Parecia que muitas árvores tinham sido derrubadas naquela noite. De novo, ao amanhecer, nada havia sido tocado, nem uma árvore fora do lugar. Só um mistério a mais para inquietar os moradores.

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