sábado, 26 de agosto de 2023

O NOSSO LUGAR, AS NOSSAS RAÍZES

 

Pedro Cabral Barbosa - Arquivo Vanessa

      Dias desses me deparei com uma linda imagem do saudoso Pedro Cabral, o Seo Pedro da minha infância na praia do Perequê-mirim, nos idos de 1970. Desde aquele tempo eu adorava me achegar perto dos mais velhos, escutar seus causos e dar risadas com a espiritualidade caiçara (religiosidade, técnicas, humor, sabedoria antiga etc.). Quem a compartilhou foi Vanessa, sua neta. “Mas quem é essa Vanessa?”. Logo li: filha da Nely. “Ah! É aquela menina que apenas vi quando criança, de pele rosada, sempre bem vestida. Lindinha mesmo!”. Então escrevi pedindo licença para reproduzir o texto e a imagem. Voltei no tempo, naquela rua escondidinha, ali no jundu, onde moravam Dona Ana e Seo Pedro. Vamos ao texto da Vanessa que auxilia na compreensão da imagem postada:

 

      Janeiro 1974. Perequê-Mirim. Rua Projetada sem saída. Na foto meu vô Pedro Cabral Barbosa sentado na frente da casa construída por ele mesmo. Nascido aos 5/out/1903, casou com minha vó Ana Henrique de Jesus (27/fev/1907) em 13 de Agosto de 1927. Ambos nascidos em Ubatuba, viveram a vida toda no mesmo bairro. Colonizaram o Perequê Mirim. Tiraram o sustento da pesca, da roça de mandioca, da plantação de banana, da criação de cabra. Meu vô foi também dono do armazém. Criaram os 11 filhos: (em ordem da mais velha p a caçula): Iracema (tia Cema), Miguel, Aurora (Lolinha), Maria (Mariquinha), Eunice (tia Nicinha), Aristides, Nilo, Izabel (tia Bezinha), Jurema, João (tio Jango) e Nely (minha mãe). Quando a gente sabe de onde vem, fica mais fácil de entender como a gente é.

       Dos filhos citados, estão vivos o meu tio Jango, minha tia Lolinha (mãe do Richardão) e minha mãe Nely. Ela tem o álbum da família e achei por bem postar todas as fotos com as histórias que minha mãe lembra. (Pode ter certeza que eu aguardo ansioso por isto).


      Cultivar a memória é se manter forte. Kaká Werá escreveu isto: “Uma memória pode ser conscientemente trazida para nos oferecer parâmetros e referências na meditação sobre o presente e na abertura de futuro próspero”. Está dentro de um provérbio africano: “Quem não sabe de onde veio não sabe para onde vai”.  Me recordar do Seo Pedro e da Dona Ana é se manter ao fio da minha origem, é querer evoluir em consciência e humanidade. É crescer na cultura caiçara!

       Eu tive o privilégio de conhecer, de admirar essa família Cabral Barbosa. Tenho a honra de manter a amizade com a maioria dos descendentes desse casal (Ana/Pedro). Já escrevi a respeito de alguns deles em outros textos. Por isso estou feliz por ter reencontrado a Vanessa. É claro que pode me indicar para a equipe de podcast “Rádio Novelo Apresenta”! Gratidão mesmo!

2 comentários:

  1. Aguardarei ansioso pelas memórias que serão compartilhadas. Obrigado, Zé por dividir conosco momentos e vivências importantes para outros, mas que quase sempre nos identificamos com algo. Vitórias, amigo!🖖

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    1. Grande Napoleão! Eu me alegro por tê-lo como leitor. Abração.

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