quarta-feira, 29 de julho de 2020

ISSO NÃO É GENOCÍDIO?

Povo guarani, do cacique Altino, em Ubatuba (Arquivo JRS)


                Neste dia, 29/07/2020, está numa publicação da Mídia Ninja a respeito de um relatório publicado pela ONG Global Witness que aponta, dos 24 assassinatos de ativistas no Brasil em 2019, 10 deles eram indígenas.

           Os estudos comprovaram que a cloroquina não tem nenhuma eficácia na atual pandemia. Porém, no começo deste mês (julho 2020), outra denúncia contra os povos originários do Brasil: o governo federal distribuiu esse medicamento entre eles na região da terra indígena Raposa Serra do Sol. O coordenador do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Leste admitiu que a droga era para tratamento da Covid-19.

                Em torno de quarenta mil garimpeiros são invasores na região referida acima, causando a morte dos rios, desmatando, matando e levando mais doenças aos povos da floresta.

                O ano passado (2019) foi um recorde nas queimadas e desmatamentos na Amazônia brasileira. O primeiro semestre deste ano já superou a marca do precedente. As revendedoras de máquinas devastadoras nunca venderam como agora. As multas estão deixando de ser aplicadas aos destruidores (os latifundiários) dessa riqueza do país e do mundo.

                Notícias assim só atestam uma coisa: há um extermínio acelerado contra os pobres, sobretudo aos indígenas. Povos, muitos deles minúsculos, irão desaparecer. Se isso não é genocídio, o que será então?
              
              Lógico que são corresponsáveis todos aqueles que optaram pelo genocida que está no governo do país! É claro que seus apoiadores também devem ser classificados de genocidas! Quer mudar isso? Se movimente e se engaje em ações que combatam esse crime contra a Humanidade, não continue fortalecendo esses criminosos.  Lembro-me aqui do governador John Evans autorizando cidadãos honestos, agricultores dedicados e bandidos sinistros a “matar indistintamente todos os índios das planícies e a tomar os seus bens”. Onde isso? Nos Estados Unidos, em meados do século XIX. Numa madrugada (29 de novembro de 1864), uma das mais tristes histórias desse país: uma aldeia indígena às margens do rio Sand Creek foi dizimada pelo coronel e pastor metodista John Milton Chivington. Hoje, no Brasil, após a leva de garimpeiros e aventureiros, avança um povo alienado encarnando outro êxodo bíblico, em busca da terra prometida, ou melhor, ocupada/roubada conforme vão exterminando os povos originários que nela habitam. É  genocídio ou não é? Esses povos, nossa raiz primeira. Povo de Cunhambebe, de Altino e tantos outros. Esses povos ainda são os melhores para comprovar que as alterações ambientais implicam transformações culturais e podem nos dizimar logo. A cultura caiçara também está vivendo isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário