terça-feira, 12 de abril de 2016

A NOSSA MARIA


              
A nossa Maria na nova etapa, em Juiz de Fora (Arquivo JRS)
            As crianças nascem, crescem... tal como os passarinhos, aprendem a voar. As nossas também vão seguindo essa dinâmica da vida. Agora chegou a vez da Maria, da nossa querida Maria Eugênia. Ela já está iniciando o seu curso superior; começaram as aulas no Instituto de Artes e Design, na Universidade Federal de Juiz de Fora.  Estivemos por lá, acertamos o lugar de moradia, contactamos os amigos, fizemos novas amizades, sentimos o ambiente empolgante do meio acadêmico, a energia da juventude universitária. Ou seja, essa caiçarada nova vai se espalhando, dando seus toques diferenciais, deixando suas marcas em outros universos culturais. Muito bom tudo isso! Ouso dizer que a área das artes é parte de um talento natural dos Félix, ou seja, a nossa herança por parte do Vô Estevan, caiçara da Caçandoca. A Maria Eugênia, o Estevan, o meu primo Mário e seu filho, a prima Arlete, o Tio Dito, o Tio Aristides, a priminha Giovana e outros estão por aí confirmando isso.

               Comemorando cinco anos do blog, também comemoramos o prosseguimento nos estudos da nossa filha e da sobrinhada querida. É mais um motivo para continuar sonhando e lutando.  Essa responsabilidade pelos seres humanos que ofertamos ao mundo, nos torna co-participantes da criação. Ao mesmo tempo, essa nova geração vai nos tornando outros novos seres, vai nos renovando. O mesmo eu digo da minha esposa engajada nessa tarefa, nessa missão.


               O meu pai dizia que seu avô, o Velho Fabiano, natural da Praia do Pulso, num tempo em que nem rodovias existiam em Ubatuba, apesar de ser iletrado, dizia: 

        “Vocês viverão ainda muitas coisas neste mundo. Haverá estradas em todas as direções. Esse negócio de precisar de barco e de canoa para ir mais longe deixará de ser comum.  Muitas escolas serão construídas. As crianças entenderão outros povos e estudarão em outras terras. Mas tudo isso eu não alcançarei”. 

        E aconteceu mesmo! E se depender de mim, vai continuar acontecendo, pois a nova geração, seguindo a lógica da evolução, tem de ser melhor que a anterior, precisa avançar sempre. Não faz sentido passar por este mundo sem deixá-lo melhor do que encontrou.

           E pensar que, de acordo com o Justo Arouca, em abril de 1958 foi instalado o curso ginasial na nossa Ubatuba:

              "Ginásio Capitão Deolindo de Oliveira Santos. Não me recordo que a escola tenha se preocupado em reverenciar seu patrono, ou que comemorasse o dia do seu aniversário. As informações mais consistentes diziam que o Capitão Deolindo foi tio do seu Filhinho da Farmácia e sua graduação teria sido título honorífico que recebera, como honra à jactância pessoal, mas foi Prefeito Municipal. Com seu garbo, o Ginásio "Capitão Deolindo" tornou-se o farol radiante a iluminar o caminho para que a nossa rapaziada ganhasse ânimo e força na trilha segura de um novo tempo. [...] O "Deolindo" era o único curso de 2º grau. Ocupou inicialmente o prédio do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, situado no final da rua Jordão Homem da Costa, às margens do rio Grande, atrás das instalações do DER [mercado de peixe]".
             
             Neste tempo de alegria pela Maria Eugênia estar enfrentando novos desafios em sua vida, longe da gente, vale a pena homenagear os primeiros caiçaras que concluíram o curso (2º grau), em 1961, no "Capitão Deolindo"

Justo Arouca, Wladinéia Ferreira, Sônia Shimidt, Suely Moreno, Idinéia da Cruz, Hebe da Silva, Raquel de Souza e Anita Nunes.

Um comentário:

  1. Maravilhoso texto Zé!!! Parabéns à Maria Eugênia e toda a família. Fico feliz também pela referência ao "Capitão Deolindo" pois lá passei alguns anos, acredito que de 1973 a 1980 se não estou enganado. Grande e carinhoso abraço!!!!

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