sábado, 11 de maio de 2024

O VELHO AINDA NÃO MORREU

  

Jorge Ivam - Arquivo JRS

     O velho ainda não morreu e o novo está em busca de expressão, buscando formas novas de dizer as antigas percepções (éticas, políticas, religiosas etc.). Foi a partir deste pensamento que eu comecei a me aproveitar, a desfrutar da fala do amigo Jorge Ivam no dia de ontem (10/5), por ocasião do lançamento oficial do seu romance Safira não nasceu assim, ocorrido no espaço cultural Impact HUB, localizado na Rua Guaicurus, 310, no Itaguá. (Na realidade, aquela localidade é chamada de Barra da Lagoa pelos caiçaras de Ubatuba).   Eu gostei de ler mais essa obra desse meu grande amigo, professor que agora goza de merecida aposentadoria, mas segue se entristecendo pelos descaminhos da educação pública no Estado de São Paulo e no país todo. Seu talento e seus temas represados até pouco tempo agora vão florindo as nossas vidas, sua técnica acumulada em décadas de migrante ministrando aulas vai nos conduzindo pelos caminhos da literatura, sua humanidade e sua maravilhosa família seguem nos cativando. Que maravilha tê-los entre nós! É gente assim, imbuída de renovadas narrativas libertadoras, que contribui com o desenvolvimento da cidadania dos ubatubenses, da cidade e do mundo!

    Jorge, acompanhado merecidamente pelas interpretações do filho e ator Caio Ferreira, começou dizendo do seu berço na cidade de Iaçu, na Bahia, do trabalho do pai como vaqueiro que estimulava os filhos aos estudos e ao trabalho, de como aproveitou da convivência na fazenda do patrão onde sempre havia algo para ler. Pela minha interpretação, foram os estudos, as leituras e o protagonismo facilitado na família que estimulou esse nosso amigo baiano, da caatinga espinhenta, a se aventurar em São Paulo, na capital paulista espinhosa, onde a sua sede pelo saber se fortaleceu e o conduziu ao engajamento comunitário e aos estudos superiores. Assim se tornou professor, Mestre no ensino da nossa língua.

    Safira não nasceu assim foi inspirado numa história real da região nordestina do sertão baiano, numa pessoa que tinha uma deformidade física, cuja mãe, valentemente (como a maioria das mães)  foi o esteio, o sustentáculo de toda a família. Resumindo: o enredo se desenvolve, tem como pano de fundo um acidente que muda drasticamente o destino de uma moça. Eu recomendo a leitura deste tema e de outros que vão se manifestando, vindo da trajetória do velho Jorge para o novo Jorge.   Na verdade, eu gostaria que todos lessem a maravilhosa produção do talentoso baiano que segue se acaiçarando, a começar pelo SERTÃOMAR escrito em parceira com o saudoso professor Pedro Paulo (que atualmente empresta seu nome ao teatro municipal de Ubatuba).     

   Para encerrar: o melhor de tudo foi ter reencontrado amigos, amigas e toda a família do Jorge (esposa e filhos queridos) no evento. Ah! Já estou aguardando a edição do próximo livro!

 

3 comentários: