sábado, 17 de dezembro de 2022

BEM LONGE

Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva - Ubatuba - Arquivo Ubatuba


        Uma prosa, dias destes, me levou a refletir sobre o lixo que produzimos. O autor, Luciano, afirmou que “lixo é um erro de design, é energia que está sendo jogada fora porque é desperdício de recursos retirados da natureza”. Perante toda a problemática da nossa produção de lixo, sobretudo nesta época de temporada que se inicia em Ubatuba, na faixa litorânea, continua urgente repensar nossos hábitos alimentares, de consumo de produtos e serviços etc. Não cansamos de repetir que as mudanças já passam da hora de acontecer, mas nossos passos são tímidos, imperceptíveis. A maioria de nós diz que não adianta esperar mudanças significativas, pois “as pessoas são destruidoras mesmo, só pensam em si, nos seus interesses”. Então eu digo que o mundo só muda se a gente muda. Pequenos gestos irão fazendo diferença para o futuro que esperamos deixar às futuras gerações. Lógico que os nossos passos servirão de apoio a outras pessoas que acalentam sonhos semelhantes! Porém, devemos nos atentar para conseguir se desvencilhar de gente que é apenas exemplar mal acabado da nossa espécie. Caso contrário, faremos parte de um mal exemplo, de uma engrenagem que está causando muitos males nas proximidades e além dos limites da nossa existência. Eu posso ser parte dessa engrenagem que está em movimento há muito tempo e que parece impossível parar, levando ao pensamento e atitudes de aceitação da destruição da natureza, da perseguição às minorias, às diversidades culturais etc.

       A questão é: no que eu estou usando as minhas energias? Se não me cuidar, as propagandas, as muitas fantasias e tentações acabam por jogar todo o meu ser nesse movimento, nessa engrenagem... E a minha potência se torna destrutiva e autodestrutiva. Eu me torno “um erro de design” também, uma energia desperdiçada (porque está colocada a serviço de mal). Depende de mim  - também! – até mesmo a continuidade da cultura caiçara. Enfim, os estímulos para produzir lixo, barulhos e confusões se intensificam a cada temporada de verão na nossa realidade. E, de acordo com a colega Patrícia, “quem faz muito barulho não quer se ouvir”. Então, que o hoje, o amanhã, o próximo ano e cada período que nos resta de vida seja oportunidade para reduzir os barulhos que querem abafar as nossas vozes. Eu sou um  animal que raciocina, capaz de redirecionar o meu ser e de se harmonizar com os demais seres. Os problemas vividos no contexto brasileiro nos últimos anos me levam a atentar às disputas de narrativas, a promover mais e melhores reflexões acerca da política. Aceito as teorias científicas que apontam o desfecho do planeta Terra, mas espero que as nossas atitudes o mantenha bem longe. A vida tem de ser plena para todos! Equivocados - ou tomados pelas maldades! -  estão aqueles que se engajam em projetos de morte embrulhados como presentes maravilhosos. Gente que não quer se ouvir destrói até mesmo a própria cultura!

2 comentários:

  1. Que bom que haja pessoas otimistas como você, Zé! Ando desanimado. Sei que é possível evitar o fim catastrófico do nosso planeta, mas não creio que a humanidade o fará, pois cada vez mais os interesses individuais ou de pequenos grupos se sobrepõem aos da espécie humana.

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    1. Eu espero que a morte vá se colocando nos descaminhos para que novos rumos se manifestem. Um passo depois do outro.

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