quarta-feira, 1 de maio de 2019

UM LUGAR POR AÍ





Bom é passear, andar por aí, se inteirar de outros costumes, apreciar locais onde a natureza pode até ser um pouco diferente daquela à qual estamos acostumados, saborear outras delícias culinárias, adquirir obras artesanais singulares, prestigiar outros aspectos culturais etc. Eu topo sempre!

Tempos desses, aproveitando um dia maravilhoso, eu e a esposa fomos até Pindamonhangaba conhecer a Fazenda Nova Gokula, na verdade, um território religioso dos hare krshina. Vamos dizer que se respira um pouco do misticismo indiano naquele espaço. Logo fui gostando do caminho, quando avistei casas simples mostrando o jeito simples da gente dali. Ao redor da via de alguns quilômetros, uma mata agradável, um rio atravessando um campo onde de vez em quando se avistava uma rês. Pensei: “lugar bom de se viver”. Por fim, vencido um bom trecho de árvores maiores, atravessamos a ponte e a entrada do lugar tão esperado. O carro ficou no estacionamento. Ali um templo, acolá uns pontos comerciais. Com uma fome considerável, fomos primeiro no restaurante vegetariano com iguarias diferentes e uma decoração essencial, tradicional da filosofia indiana, ou melhor dizendo: de uma pequena mostra da grande diversidade desse país tão distante.

Agora, faço questão de citar um pequeno trecho do Discurso da Servidão Voluntária, obra de Etienne de la Boétie, um pensador europeu que viveu entre os anos de 1530 e 1563:

“Nossa natureza é de tal modo feita que os deveres comuns da amizade levam uma boa parte do curso de nossa vida; é razoável amar a virtude, estimar os belos feitos, reconhecer o bem de onde o recebemos, e muitas vezes diminuir nosso bem-estar para aumentar a honra e a vantagem daquele que se ama e que o merece.”

A Nova Gokula, embalada pela mística de gurus formada ao longo de um longo tempo, oferece essa natureza, ensina-nos a se cultivar para ser virtuoso e demonstra ser perfeitamente possível tornar realidade as nossas melhores imaginações. Uma paz marcou as horas que ali passamos. A excelência das riquezas naturais e as belezas produzidas por mãos e mentes talentosas faz-nos viver mais pelo nosso amor. Que seja amor para todos! E, terminando por aqui, após uma vivência dessas, no espírito de Che Guevara ouso: “sejamos o pesadelo dos que querem roubar nossos sonhos”.

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