domingo, 2 de setembro de 2018

CÉU OU INFERNO: COISAS DE GENTE

Uma jangada de lixo (Arquivo JRS)

Detalhes de uma jangada (Arquivo JRS)



Viajei por outras terras nem tão perto assim;
Voltei porque o lugar da gente é o lugar da gente.
Vi belezas de todo tipo, mas nunca comparadas com as daqui, do meu povo.
Após  décadas de ocupação desenfreada,
Motivada pela especulação imobiliária,
A minha  terra rapidamente se enfeia.
Também feias vão se tornando as pessoas!

Tudo vai se enfeiando!

Aquele rio, o da Toca do Bagre,
De Jundiaquara  nada restou.
E o canal de esgoto até transborda sobre o Itaguá.
O rio Tavares, batizado no terreiro do Velho Raé,
Tem um colar de lixo deixado por gente enfeiada:
Está esperando  a chuva que levará tudo para o mar.
“É uma jangada de porcariada!”.

A água do Velho Lucindo está podre,
Se retorcendo e alcançando a praia,
Onde tantas puxadas de rede
E tantos caiçaras  (Florindo, Aládio, Tibúrcio Mesquita...) labutaram.

É! O mar tá pra esgoto e lixo !  O mar não tá pra peixe!

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